CULTIVAR 1 - Volatilidade dos Mercados Agrícolas

58 sulaArábica, para além de quanto proclama ou lhe é atribuído como intenções no Pacífico. E são es- tas as que resultam postas em relevo, a par de um desenvolvimento da capacidade naval chinesa – a dimensão continental da Ásia para a China (que mais acima referi) vendo-se subsumida ao que se passa com o Japão ou o Vietnam. Talvez porque no Pacífico há “fantasmas” de guerras anteriores e de falhas estratégicas, pretéritas e atuais, que se quereria exorcizar. Tal fixação poderia, no en- tanto, trazer surpresas, no caso da Rússia, da Ásia Central, na cena afegã, na relação com a Índia, no Médio Oriente e Golfo. A ausência de estrutu- ras de segurança cole- tiva na Ásia é, porém, o que ressalta. O facto de entre dois polos tão básicos do continente como a China e a Índia ainda hoje a fronteira ser uma “Line of Actual Control” (LAC) é bastante significativo. Atravessando na sua direção o Pacífico, ou o Atlântico, dualidade que passa por vezes desper- cebido no prisma europeu, a América Latina fez progressos na luta contra a pobreza, no sentido de melhor governação, designadamente do res- peito pela democracia e Direitos Humanos, com maior papel e presença de populações indígenas no poder, tal como ainda no sentido da integração regional. Porém, são muitas as razões de apreen- são persistentes, por muito que melhor reconhe- cidas e aceites como necessitadas de resolução. A integração tem porém tido momentos delicados, na América do Sul a predominância do Brasil sen- do um fator de diverso efeito consoante as situa- ções e países; tal como na América Latina no seu todo, onde a altercação entre o México e o Brasil se continua a fazer sentir – este último integrado, até mentalmente, numa galáxia global, os BRICS, o primeiro “limitado” ao NAFTA 3 , ainda que (mas enfrentando uma crise da segurança interna que mais não parece fazer senão degradar-se, com ris- cos crescentes para o vizinho do norte) força rele- vante do que se passar nas Caraíbas, e.g. emCuba, pela triangulação da ilha com os EUA que o Méxi- co tem assegurado, tal como no norte da América do Sul, vista a projeção da Venezuela para o Cari- be e/ou o facto de ter o México, como a Colômbia, também uma frente no Pacífico, e natural maior sensibilidade à sorte da América Central, incluindo quanto possa afetar o Canal do Panamá, como o projeto de novo Canal na Nicarágua. Numa tentativa de puro e simples esbo- ço – e não mais do que isso – de um novo mun- do novo, o parâmetro segurança, sempre ful- cral, resulta no entanto realçado pela ausência atual de códigos comumen- te aceites e, por conseguinte, do nuclear fator que é a previsibilidade. Mas atente-se na abordagem, digna mais de séculos pretéritos, das questões que se põem num caso novo, o do Ártico – cartografia divergente, conflito potencial, reforço de capacida- des militares, guerra improvável, paz impossível, diplomacia de exclusão. Numa mesma tal linha, o desarmamento e a não-proliferação, e o nuclear ci- vil, os problemas da água e da segurança alimentar ou as questões de energia e ambiente correm gra- ves riscos. À degenerescência do euro morfismo e de quanto de absolutamente básico foi na criação e sustentação de um sistema “civilizado” de relações internacionais, muito emparticular após 1945 – en- quadrando equações relativas a espaços e frontei- ras, abrindo uma abordagem sã de temas como as migrações e a integração (naquele ano zero de 1945, questões de imensa dimensão, em todos os sentidos e vetores), dando caminho à consagração […] estaremos perante um diferente “brave new world”. […] não há mapas para a sua navegação. Esse mapeamento é porém indispensável, porque a pura invocação fácil da “desordem mundial” não pode fazer esquecer os fortes riscos de perda de legitimidade da mais fundamental governação internacional. 3 North American Free Trade Agreement

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0OTkw