CULTIVAR 1 - Volatilidade dos Mercados Agrícolas

59 de princípios como o empoderamento da mulher ou os direitos da criança ou o da inadmissibilidade da pena de morte – sucederam-se elaborações vá- rias em torno de conceitos como os de hiperpotên- cia ou de multipolaridade, sem porém se concluir pelo óbvio, que como fimda “definição” bipolar do mundo, dominante na Guerra Fria, teria tido que caminhar-se, como Augusto, “festina lente”, com um expedito cuidado – e consolidar um novo pen- samento estratégico. Pelo contrário, perdeu-se tempo e, neste momento, é já tarde. Perdida a década dos anos 90 do século passa- do, nomeadamente para a ancoragem em domí- nios como os da segurança global e da economia internacional da Rússia, com a adesão da China à OMC, com a criação de dependências que a crise revelou a olhos incrédulos, com os efeitos daque- la crise no posicionamento dos EUA no mundo, como no “end of history” europeia em que quase pareceria transformar-se o projeto europeu (cor- rendo-se hoje sim o risco da sua transformação, na retórica de muitos, num “end of the story”), para a saúde e futuro do sistema financeiro inter- nacional, cuja globalidade só veio agudizar a dura perceção da localização das soluções, estaremos perante um diferente “brave new world”. No en- tanto, como sucedia quando Shakespeare talhou na “Tempest” a expressão, não há mapas para a sua navegação. Esse mapeamento é porém indis- pensável, porque a pura invocação fácil da “desor- dem mundial” não pode fazer esquecer os fortes riscos de perda de legitimidade da mais funda- mental governação internacional.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0OTkw