cultivar_22_Final_PT

É tempo de nos concentrarmos no que importa 61 com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentá- vel da ONU, são: a Colômbia (por meio de “Painéis Presidenciais”, desenvolvidos pelo Ministério do Pla- neamento Nacional), a Eslovénia (na sua Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2030, adotada pelo governo esloveno em 2017) e a Letónia (Estratégia de Desenvolvimento Sustentável até 2030). Finalmente, alguns países criaram novos cargos ou estruturas institucionais para promover o uso de evi- dências de bem-estar no governo e dar às métricas de bem-estar um lugar central nas políticas públicas. Estas instituições permitem romper a abordagem de pequenos feudos que prevalece na maioria dos países e fomentar uma visão integrada dos objetivos e meios para pôr em prática as reformas. Exemplos da criação de cargos de alto nível específicos incluem o Comissário para as Gerações Futuras, no País de Gales, ou o Centro de Bem-estar — O que funciona, no Reino Unido. Podem também ser atribuídas novas responsabilidades no âmbito de reformas das estruturas existentes, como por exem- plo dar ao Ministério das Finanças responsabilidade transversal pelo bem-estar ou pela sustentabilidade, como, em certamedida, aconteceu na Nova Zelândia e em Itália. Conclusões O relatório Stiglitz-Sen-Fitou- ssi (SSF) de 2009 exerceuuma enorme influência na comu- nidade estatística, levando a uma série de iniciativas nacionais e internacionais para aplicar as suas recomendações. Quase dez anos depois, dois relatórios do Grupo de Peritos de Alto Nível para a Medição do Desempenho Económico e do Progresso Social (HLEG), patrocinado pela OCDE, fazem um balanço dos desenvolvimentos ocorridos na agenda Além do PIB , que foram desencadeados pelo relatório SSF, e estabelecem um roteiro para a próxima década. Se a medição é o ponto de partida destes relató- rios, a sua ambição vai muito mais longe. A men- sagem-chave é antes que “ o que medimos afeta o que fazemos. Se medirmos a coisa errada, faremos a coisa errada. Se não medirmos algo, isso será igno- rado, como se o problema não existisse ”. Por outras palavras, as questões de medição não são apenas técnicas, estão na raiz do funcionamento do nosso sistema democrático. Não se trata de menosprezar a importância do PIB, que é uma medida essencial para avaliar as condi- ções económicas e os efeitos de uma série de polí- ticas. Mas o PIB continua a ser usado para fins para os quais não foi desenhado, ou seja, como única medida para avaliar o êxito global de um país e o bem-estar da sua população. O que é pre- ciso é uma gama mais vasta de estatísticas de bem-estar, incluindo dados mais finos e atempados que captem melhor o estado da economia, as diversas situações de diferentes grupos populacionais e regiões e as ameaças à sustentabilidade a longo prazo do nosso modelo de desenvolvimento. Porém, embora sejam necessárias melhores métri- cas de progresso, elas não serão certamente sufi- cientes. Ter o conjunto certo de indicadores e diag- nósticos é apenas o começo. O que importa é garantir que essas métricas são realmente utilizadas na conceção das políticas. Vários países come- çaram recentemente a utilizar indicadores de bem-estar nas diferentes fases do processo de elaboração de políticas, desde a identificação de prioridades de ação até à avaliação das vanta- gens e desvantagens de diferentes estratégias de uma maneira mais holística. Embora recentes, estas experiências poderão ter a capacidade de permitir desenvolver políticas que, indo além dos feudos tra- dicionais, sejam mais eficazes a melhorar a vida das pessoas e a garantir a sustentabilidade. … o que medimos afeta o que fazemos. … as questões de medição não são apenas técnicas, estão na raiz do funcionamento do nosso sistema democrático. Ter o conjunto certo de indicadores e diagnósticos é apenas o começo. O que importa é garantir que essas métricas são realmente utilizadas na conceção das políticas.

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