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102 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 23 AGOSTO 2021 • C48/I27 (risco, uso e impacto dos pestici- das) : são 3 os subindicadores que o compõem: (1) vendas de pesticidas (trata-se de um proxy para a utilização de pesticidas, sendo pois um indicador indireto: pode ser sobrestimado, uma vez que inclui vendas para efeitos de atividades agrícolas e não agrícolas); (2) Indicador de Risco Harmonizado - 1, HRI-1 32 (baseado nos volumes anuais colocados no mercado sob a forma de produtos fitofarmacêuticos e ponderado pela substância ativa, este indicador não inclui os biocidas, podendo vir a ser subestimado), dis- ponível a nível da EU e dos EM; (3) vendas de pesticidas mais perigosos (ainda não disponibi- lizado pelo Eurostat, não podendo ser utilizado para efeitos de preparação do Plano Estraté- gico). Os dados ainda não estão totalmente disponíveis por razões de confidencialidade. É um indicador utilizado na avaliação do cumpri- mento de metas estabelecidas no Pacto Ecoló- gico Europeu. Em ponto de conclusão, refira-se a importância dos indicadores em termos de avaliação das políticas. Contudo, estes deverão ser analisados com precau- ção em resultado de limitações. Note-se que a des- crição acima dos indicadores permite constatar a presença de indicadores pouco robustos em termos estatísticos que apresentam, por vezes, lacunas de informação (e.g. alguns EM reportam a informação e outros não), em que as próprias Diretivas europeias nem sempre são cumpridas. Alguns dos indicadores 32 Sigla inglesa de Harmonised Risk Indicator - 1 apresentam alguma continuidade entre quadros co- munitários, permitindo avaliar a sua evolução, mas também existem indicadores novos que não possi- bilitamuma análise evolutiva imediata. Por exemplo, o indicador do progresso da resiliência do setor agrí- cola é um indicador novo que depende do cálculo de outros indicadores (com características metodológi- cas diferentes) e que ainda não foi disponibilizado pela Comissão; logo, não poderá ser utilizado para efeitos de preparação dos PEPAC. Se, por um lado, as novas tecnologias (e.g. imagens de satélite, monitorização remota) poderão ser rele- vantes para a obtenção de indicadores mais preci- sos, por outro são necessárias séries relativamente longas para que estes dados permitam constatar tendências. Considerando a urgência na análise evo- lutiva do ambiente e clima, num contexto de altera- ções climáticas e de maior ambição europeia neste âmbito, tem-se vindo a recorrer a indicadores indire- tos enquanto proxies para estas análises, pelomenos enquanto não surgirem indicadoresmais robustos e/ ou que abranjam um período temporal mais longo. Ainda assim, apesar de nem todos os indicadores serem considerados “perfeitos” para efeitos de análi- se de políticas, são os que existem de momento, pre- vendo-se que no futuro, com melhorias metodológi- cas, tecnológicas, de recolha de informação, possam responder melhor aos objetivos.

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