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79 Metodologias de avaliação das interações entre humanos e ambiente JOÃO REIS Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP) Nos últimos dois séculos o impacto das atividades humanas sobre a Terra cresceu enormemente, alte- rando demodo profundomuitas paisagens e afetan- do os ciclos hidrológicos e bioquímicos, bem como o clima (De Sherbinin, 2002). Considerando a crescente procura dos recursos pro- venientes do solo, e tendo em vista a melhoria dos processos de decisão relativos às alterações do uso, importa identificar e quantificar os benefícios que o ser humano pode retirar dos diferentes tipos de ecossistemas. Neste sentido, a comunidade científi- ca tem vindo a desenvolver várias abordagens para análise das interações entre humanos e ambiente nos ecossistemas e nas paisagens seminaturais e cultivados, originando um debate aceso em relação às definições e classificações a seguir. Apesar das divergências, a evolução do conhecimento sobre a complexidade dessas interações, bem como das suas alterações espaciais e temporais, tem sido de particular relevância para os processos de decisão no planeamento do uso do solo (De Groot e Hein, 2007), bem como na avaliação dos impactos das po- líticas (Pérez-Soba et al ., 2008). Neste âmbito, realçam-se os quadros de avaliação científicos baseados nos seguintes conceitos: (i) Serviços dos Ecossistemas, conforme proposto pelo relatório Millennium Ecosystem Assessment (2005); (ii) Serviços das Paisagens e Funções das Paisagens, abordadas por diversos autores na área da Ecologia da Paisagem; (iii) Funções do Uso do Solo, desen- volvidas pelo projeto SENSOR - Sustainable Impact Assessment: Tools for environmental, social and eco- nomic effects of multifunctional land use in European regions (2009); e (iv) Funções do Solo, nos termos apresentados por Verburg et al . (2009). Dirigidos para problemas análogos, mas desen- volvidos em paralelo por comunidades científicas distintas, os conceitos gerados usam terminologias diferentes para caracterizar aspetos semelhantes, e vice-versa. Por conseguinte, é difícil estabelecer comparações entre as abordagens e optar pela mais adequada para cada propósito (Schößer et al ., 2010). Serviços dos ecossistemas A origem do conceito “serviços dos ecossistemas” remonta aos anos 60 e 70 do século passado (Her- mann et al ., 2011). No entanto, a sua difusão fica a dever-se a dois marcos fundamentais: o livro Natu- re’s Services: Societal Dependence on Natural Ecosys- tems (Daily, 1997) e o artigo de Costanza et al. (1997)
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