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Metodologias de avaliação das interações entre humanos e ambiente 81 (i) estão mais relacionados com as paisagens (e com os elementos da paisagem) do que com os ecossis- temas (e as relações entre os seres vivos e o meio ambiente); (ii) realçam os aspetos estéticos, éticos e outros aspetos socioculturais; (iii) expressam uma referência mais forte às características espaciais, ( e.g. interação espacial das unidades de uso do solo); (iv) apresentam ummaior foco nos efeitos an- tropogénicos ( e.g . referência ao uso do solo); (v) têm uma visão mais integradora ( e.g . ligação do caráter social ao carácter físico do espaço); (vi) recorrem às paisagens como unidades de referência espacial; (vii) suportam-se numa abordagem científica mul- tidisciplinar (devido à integração dos aspetos natu- rais, culturais e do uso do solo); (viii) são utilizados para a prática do planeamento e gestão das paisa- gens, baseadas na comunicação e nas abordagens participativas. Neste contexto emerge igualmente o conceito de “funções das paisagens”, com origem na Ecologia da Paisagem e no Planeamento Territorial, e que foi projetado para classificar as interações entre o Homem e os ecossistemas em paisagens culturais, dominadas pela atividade humana (Schößer et al. , 2010). Assim, De Groot et al. (2002) definem as funções dos ecossistemas ou, a uma escala espacial superior, as funções das paisagens, como a capacidade das componentes e dos processos naturais fornecerem bens e serviços que satisfaçam, direta ou indireta- mente, as necessidades humanas. Por conseguinte, os conceitos de funções e serviços das paisagens tornaram-se um aspeto importante da decisão po- lítica, na medida em que permitem incorporar a procura explícita das várias partes interessadas nos serviços das paisagens (De Groot et al. , 2010). Ao longo dos anos, têm ocorrido diversas tentativas para classificar as funções das paisagens. Bastian (1998) classificou as funções das paisagens em: fun- ções de produção (económicas), funções ecológicas e funções sociais. Para efeitos de análise da multifuncionalidade da paisagem, Brandt e Vejre (2004) incluíram os princi- pais aspetos da classificação anterior, que agrupa- ram em funções de produção, funções de regulação ecológica, funções de informação e funções de su- porte mecânico e espacial. Dentro de cada grupo procederam a uma divisão entre as funções relacio- nadas com os ecossistemas naturais (independen- tes da intervenção humana), as funções resultantes do uso do solo (específicas de um particular uso do solo) e as funções com propriedades transcen- dentes (funções não materiais ou funções materiais futuras). Por sua vez, De Groot et al. (2002) agruparam as fun- ções das paisagens naturais e seminaturais em qua- tro categorias principais, as quais foram adaptadas por De Groot e Hein (2007) aos sistemas cultivados: (i) funções de provisionamento, quer sejam rela- tivas aos recursos fornecidos pelos ecossistemas naturais, quer aos obtidos através da manipulação da produtividade natural pelo Homem; (ii) funções de regulação, relativas à capacidade dos ecossis- temas e das paisagens para regularem o clima, os ciclos hidrológicos e biogeoquímicos, e os proces- sos biológicos; (iii) funções de habitat, relativas ao fornecimento de locais de refúgios e de reprodução para plantas e animais selvagens, contribuindo para a conservação da diversidade genética e biológica e para o processo de evolução; (iv) funções culturais e de recreio que correspondem aos benefícios que as populações obtém das paisagens para efeitos recreativos, de desenvolvimento cognitivo, de rela- xamento e de reflexão espiritual. Funções do uso do solo A noção de funções das paisagens não deve ser con- fundida com o conceito de “funções do uso do solo” (Kienast et al. , 2009). Efetivamente, Brandt e Vejre (2004) consideram as funções do uso do solo como uma das componentes integrantes das funções das paisagens, restringindo o conceito aos processos materiais decorrentes do uso do solo. Por conse- guinte, o conceito de funções do uso do solo ade- qua-se particularmente à análise do impacto das alterações políticas no desempenho das múltiplas funções relacionadas com o uso do solo (Pérez-So- ba et al. , 2008).
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