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A transformação digital na agricultura 71 • OE 2. Melhorar as competências digitais; • OE 3. Conectividade; • OE 4. Melhorar o contexto para a digitalização; • OE 5. Transformar dados em informação de apoio à decisão. Para alcançar estes objetivos foram identificadas dez necessidades e trintamedidas. Namaioria dos casos, as medidas identificadas não levam necessaria- mente à sua materialização direta em intervenções específicas no PEPAC, mas sim a aspetos de carácter transversal, traduzidos em elegibilidades, compro- missos específicos ou processos de implementação das diferentes medidas do PEPAC. Como exemplo, destaca-se o desenvolvimento de um sistema robusto que promova a transferência de conhecimento para as explorações agrícolas é fun- damental para a adoção das tecnologias disponíveis. Entre outras medidas, pretende-se tirar partido das estruturas existentes, como as Organizações de Pro- dutores, como forma de difusão das tecnologias, nomeadamente junto dos pequenos agricultores. A melhoria das competências digitais é um dos gran- des desafios para a digitalização. As soluções equa- cionadas passam essencialmente por dois tipos de medidas, o rejuvenescimento do setor e a formação específica. A conectividade é dos desafios mais críti- cos para a digitalização, uma vez que é a base para a adoção da tecnologia, e é claramente um desafio que extravasa o setor agrícola, sendo transversal à transição digital em geral. A melhoria do contexto é outro aspeto fundamental para a promoção da digitalização em toda a cadeia de valor, desde a produção até à comercialização. Neste âmbito, torna-se necessário atuar na moder- nização e simplificação da gestão da PAC, com parti- cular destaque para a adoção, no âmbito dos apoios ao investimento, de modelos de gestão assentes em custos simplificados. A reduzida dimensão física da maioria das explora- ções portuguesas constitui uma das principais limi- tações à expansão das técnicas de agricultura de precisão. A promoção da adoção de soluções cole- tivas, através de Organizações de Produtores, poderá contribuir de forma decisiva para alargar aos peque- nos agricultores a utilização destas ferramentas, con- tornando assim o fator dimensão que muitas vezes torna o investimento inviável. A produção e partilha de dados é um aspeto funda- mental desta estratégia, já que a adoção da agricul- tura de precisão começa pela recolha de dados e sua análise, para posterior tomada de decisão. Assim, a promoção da recolha e partilha de dados conduz os agricultores à adoção da agricultura de precisão, sem estabelecer uma receita nem condicionar o agricultor nas soluções técnicas, nos prestadores de serviços, ou nos equipamentos a adotar. A aborda- gem voluntária de partilha de informação, por opo- sição à obrigação legal, associada, nomeadamente, a compromissos nos vários apoios, é essencial para a obtenção de informação fidedigna e de qualidade para a monitorização das políticas e promoção do conhecimento. Preconiza-se também a criação de uma plataforma que agregue toda a informação de base geográfica relevante para a agricultura para ser utilizada pelos agricultores, pela administração e pelos investigado- res. Serão os instrumentos tradicionais de apoio os mais adequados para enfrentar este desafio? A transformação digital das explorações agrícolas implica uma solução adaptada para cada caso. Implica a reengenharia dos processos e não apenas a aquisição de soluções tecnológicas e equipamentos. Implica também a aquisição de novas competências e conhecimentos, tratando-se de um processo evo- lutivo e contínuo, até porque todos os dias surgem no mercado novas soluções. A agricultura portuguesa tem características, como o elevado número de pequenas e médias explorações, a fragmentação da propriedade em muitas peque- nas parcelas, ou a reduzida capacidade financeira

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