CULTIVAR 26 - Agricultura biológica e outros modos de produção sustentável

Agricultura de conservação 61 ciencialização da Administração Pública nacional e internacional sobre as práticas referidas. Entre as atividades desenvolvidas destacam-se a orga- nização e participação em workshops , dias de campo, seminários e congressos internacionais; a publicação periódica da newsletter Conservar a Terra; a atualiza- ção da sua página do Facebook; e a participação em projetos nacionais e internacionais. Atualmente, a APOSOLO é parceira do projeto CAMA – Abordagens participativas baseadas na investigação para a adoção da Agricultura de Conservação na Região Mediterrâ- nica, financiado pela União Europeia (o projeto CAMA faz parte do programa PRIMA, apoiado pelo programa de investigação e inovação Horizonte 2020 da União Europeia, ao abrigo do contrato de financiamento nº. 1912) 11 , e colabora no LIFE AGROMITIGA 12 e no ISOma- pForragem – Tecnologias Normalizadas na Produção de Forragens (ALT20-03-0246-FEDER-000062), cofinan- ciado pelo FEDER, através do Programa Operacional Regional do Alentejo do Portugal 2020. A APOSOLO é membro da Comissão Coordenadora da PPS – Parce- ria Portuguesa para o Solo. Principais dificuldades apontadas pelos agricultores na adoção de práticas de AC Nos seus 22 anos de existência, a APOSOLO foi conhecendo os argumentos que agricultores em Portugal e noutras regiões domundo apontam como dificuldade na adesão à AC. As principais barreiras à adoção das práticas de AC, identificadas no projeto CAMA – revisão bibliográfica e Focus Group de agri- cultores portugueses – e da minha própria experiên- cia de 24 anos, são: • condições socioeconómicas; conhecimento/ investigação; fatores técnicos; política; cultura/ mentalidade – fatores e indicadores identifica- dos na revisão bibliográfica desenvolvida no grupo de trabalho nº 2 do CAMA, que conside- rou 34 documentos publicados dedicados ao tema das barreiras à implementação e adoção da AC na região Mediterrânica/Europa/Norte de África/Outras Regiões; 11 http://www.camamed.eu/pt/index.php 12 https://lifeagromitiga.eu/ • as culturas anuais de cobertura em Portugal, devido às condições edafoclimáticas, apenas se semeiam no outono-inverno e em regime de sequeiro, sendo os custos das sementes ele- vados; evidencia-se que a gestão da biomassa das culturas anteriores apenas constitui uma barreira se não for utilizado o equipamento adequado; dificuldade verificada na adoção de sementeira direta/MC em solos com baixo teor de matéria orgânica e em solos argilosos, embora as vantagens percecionadas pelos agricultores em adotar as práticas em solos arenosos seja menor; disponibilidade reduzida de equipamento, equipamento oneroso, e falta de conhecimento sobre o seu máximo potencial de utilização; na zona do Ribatejo, perda média de produtividade expressiva na prática de AC comparativamente à agricultura convencional; necessidade de apoios financeiros ajustados às perdas de rendimento e custos acrescidos, de formação – incluindo troca de experiências entre agricultores e observações ao “vivo” de práticas de sementeira direta e de culturas de cobertura –, e de aconselhamento – barreiras identificadas no Focus Group realizado com sete agricultores portugueses, no âmbito do grupo de trabalho nº 2 do CAMA; • a sementeira da cultura da colza em palha de milho/trigo devido à dificuldade em colocar a semente em contacto com o solo com o equipa- mento então disponível na exploração; o custo elevado de equipamento que, por exemplo, proceda a uma sementeira precisa e em condi- ções de elevado teor de biomassa à superfície do solo (semeador) e equipamento que possa destruir a cultura de cobertura sem recurso a herbicida, apenas por corte (rolo-faca); a falta de prestadores de serviço com disponibilidade do equipamento necessário para o efeito; e ainda o custo de implantação e controlo posterior de uma cultura de cobertura de qualidade para o solo – barreiras identificadas na exploração agrí- cola da nossa família no Alentejo.

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