CULTIVAR27

59 O que pensam os agricultores PEDRO PIMENTA, JOHN WILLIAM STILWELL, LUÍS FERNANDO BULHÃO MARTINS, ARMANDO TORRES PAULO, MANUEL CHAVEIRO SOARES E JOSÉ CORREIA Quando nos propusemos abordar este tema na CULTIVAR, tínhamos consciência da dificuldade acrescida resultante da ausência de trabalhos sobre esta matéria desenvolvidos especificamente para o setor agroflorestal. Embora cientes dessa dificuldade, a complexidade administrativa crescente dos processos de licenciamento e controlo que foram introduzidos ao longo das últimas décadas, motivados nomeadamente por princípios de sustentabilidade ligados a atividades do setor, apontava para a importância de alguma reflexão sobre o tema. Complementarmente, pareceu-nos também útil, à semelhança do que fizemos no passado para outros temas1, contactar alguns dos protagonistas do setor para que nos pudessem transmitir de uma forma mais direta a sua experiência no terreno relativamente a esta matéria. Através de conversas ou de respostas escritas a três perguntas genéricas que lançámos para servir de mote ao seu testemunho, recebemos os contributos que a seguir se transcrevem. De um modo geral, as preocupações de quem hoje se dedica à atividade 1 Cultivar N.º 9 – Gastronomia (Solo, cozinha e mesa: cinco “receitas” para quatro questões: https://www.gpp.pt/images/GPP/O_que_disponibilizamos/Publicacoes/CULTIVAR_9/E_book/CULTIVAR_9_Gastronomia/54/; Cultivar N.º 24 – A vinha e o vinho (Perspetivas: 3 perguntas a 5 “atores”: https://www.gpp.pt/images/GPP/O_que_disponibilizamos/Publicacoes/CULTIVAR_24/54/); Cultivar N.º 26 – Agricultura biológica e outros modos de produção sustentável (Entrevista a Henrique Gomes: https://www.gpp.pt/images/GPP/O_que_disponibilizamos/Publicacoes/CULTIVAR_26/48/) são comuns e estão relacionadas com a complexidade referida. São apresentadas algumas propostas muito interessantes, a explorar necessariamente, de possibilidades de melhoria da relação entre a administração central ou local e os atores económicos, de modo a agilizar os procedimentos administrativos, reduzindo assim alguns dos custos de contexto que contribuem para a perda de competitividade face a parceiros nacionais e internacionais. Embora se trate de um número reduzido de produtores, verifica-se uma grande diversidade de experiências, tanto no que se refere à dimensão física ou económica como às abordagens produtivas e situações vivenciadas, tendo contudo em comum não só muitas das dificuldades que encontram no exercício da sua atividade, mas também e sobretudo uma enorme dedicação em termos de tempo e recursos e uma grande determinação em ultrapassar todos esses obstáculos. Note-se que alguns dos contributos recebidos incluem casos de contornos mais específicos para os quais não solicitámos, todavia, o contraditório

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