112 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 28 JUNHO 2023 – Estruturas agrárias União Europeia A nível comunitário, a proporção de produtoras agrícolas singulares portuguesas tem-se mantido acima da média da União Europeia. Em 2016, a Letónia e a Lituânia eram os Estados-Membros em que as mulheres tinham maior peso na agricultura (45%). Inversamente, os Países Baixos são o país onde as mulheres têm menor representatividade na agricultura (5%). Principais conclusões desta análise: • Verificou-se uma acentuada queda da população agrícola familiar no período em análise; no entanto, a proporção da população feminina, no total, manteve-se praticamente constante. • Em 2019, 66% das mulheres que trabalhavam nas explorações agrícolas e faziam parte do agregado doméstico do produtor encontravam-se no Norte e Centro do Continente, com maior predominância na região de Trás-os-Montes (22%). • No mesmo ano, o nível de instrução dominante das mulheres pertencendo à população agrícola familiar continua a corresponder ao 1º ciclo (4ª classe). • Entre 1989 e 2019, houve um acréscimo significativo de mulheres com formação superior, passando de cerca de 1% para 13%, mas destas apenas 1% possuía instrução superior na área agrícola. • O tipo de formação agrícola predominante na população agrícola portuguesa, e também nas mulheres, é a exclusivamente prática, ou seja, conhecimentos adquiridos exclusivamente em atividades desenvolvidas em explorações agrícolas. • Desde 1989, reduziu-se para menos de metade o número de produtores singulares; contudo, verificou-se uma grande subida no que se refere à franja do sexo feminino, uma vez que, em 1989, apenas 15% destes produtores singulares eram mulheres e, em 2019, elas já representam 33% do total. • Para ambos os sexos, os produtores agrícolas são predominantemente autónomos, ou seja, utilizam maioritariamente mão-de-obra familiar. • Em 2019, verifica-se que houve um envelhecimento significativo dos produtores agrícolas, alterando-se por completo a perceção da distribuição praticamente homogénea entre todas as faixas etárias de produtores agrícolas que se verificava em 1989. • Neste período de 30 anos, o número de dirigentes do sexo masculino desceu mais do que 60%, enquanto os do sexo feminino apresentaram uma queda de 20%. A proporção do número de dirigentes do sexo feminino aumentou de 16% em 1989 para 31% em 2019. • Em termos absolutos, entre o ano 2015 e 2021 as mulheres ganharam menos que os homens (-15,9% em 2021), mas curiosamente, no setor agrícola, a diferenciação no ganho médio mensal é substancialmente inferior (-7,8% em 2021). • Entre 2015 e 2022, as mulheres apresentaram projetos de maior investimento, sendo este em média 27% superior ao investimento médio dos projetos aprovados para os homens. • O setor dos pequenos frutos e bagas é o setor que, proporcionalmente, apresenta maior procura por parte do sexo feminino, face ao total de projetos aprovados (43%). • A nível europeu, se considerarmos o peso das produtoras singulares no total, em Portugal, este situa-se acima da média da União Europeia.
RkJQdWJsaXNoZXIy MTgxOTE4Nw==