Perspetivas agrícolas da OCDE-FAO para o período 2022-2031 117 na Ucrânia, dos efeitos da pandemia, da alteração dos padrões de consumo2, das políticas de incentivo/desincentivo a determinados alimentos ou da utilização de biocombustíveis. Este aumento será resultado, nomeadamente, do crescimento populacional em países como a Índia e a China e em países atualmente com baixos e médios rendimentos. Será, todavia, limitado pelo menor crescimento populacional e do consumo per capita nos países de maiores rendimentos. Em termos de dieta, perspetivam- -se algumas alterações, sobretudo nos países mais desenvolvidos com um menor consumo de carne e de açúcar aliado, como vimos, a maiores preocupações com a saúde e o ambiente. Por oposição, nos países de rendimento médio, o consumo irá aumentar, acompanhado de uma maior diversidade de dietas baseadas cada vez mais em alimentos de origem animal e gorduras (com intensificação da produção animal). No entanto, nos países de rendimento menor, as dietas vão continuar associadas a uma alimentação básica e o aumento do consumo não será suficiente para suprir as neces2 Outra fonte de incerteza do lado da procura está relacionada com a evolução das preferências dos consumidores. As decisões de compra destes são cada vez mais motivadas por fatores que vão além do preço, da cultura e do gosto, tais como preocupações de saúde e ambientais e considerações éticas relativas ao bem-estar dos animais ou à questão de comer outros animais e os seus produtos. Esta tendência reflete-se no aumento de pessoas que seguem estilos de vida vegetarianos, veganos ou “flexitarianos” nos países de elevado rendimento, sobretudo entre os jovens consumidores. Os mercados da carne e dos lacticínios seriam os mais afetados por uma mudança para proteínas de origem vegetal ou para fontes alternativas de proteínas (por exemplo, inseto ou carne de cultura). Os mercados de alimentos para animais também poderiam ser afetados, uma vez que são necessárias menores quantidades de culturas arvenses para produzir estas fontes alternativas de proteínas. No entanto, uma vez que se prevê que as quotas de consumo destes produtos se mantenham muito reduzidas na próxima década, este relatório não os têm explicitamente em conta, o que introduz, contudo, alguma incerteza nas projeções da procura. (p.45 do relatório; tradução GPP) sidades alimentares da população, podendo estar causa o cumprimento do ODS2. Especificamente em relação à produção agrícola projeta-se um crescimento de 1,1% ao ano, sobretudo devido ao contributo positivo dos países de rendimentos baixos e médios (e.g. Índia, China, outros países asiáticos). Para este efeito, o acesso aos inputs é relevante, assim como o investimento em tecnologias para aumento da produtividade, em infraestruturas e em formação. Contudo, o forte aumento dos preços dos inputs (que implica maiores custos de produção) poderá condicionar o crescimento da produtividade e da produção agrícola nos próximos anos. Assumindo progressos no melhoramento de plantas e uma transição para sistemas de produção mais intensivos, o crescimento da produtividade deverá contribuir para 80% do crescimento da produção vegetal, com uma expansão de 15% na área agrícola (sobretudo nas regiões da Ásia, América latina e África subsaariana) e um aumento de 5% na intensidade da produção vegetal. Nota: Ver fontes e nota metodológica na p. 46 do relatório Figura 1.15 do relatório (p.46) – Tendências da produção agrícola mundial
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