128 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 28 JUNHO 2023 – Estruturas agrárias e outros choques; 3) promoção de uma agricultura de múltiplos benefícios, nomeadamente serviços de ecossistema; 4) melhor gestão da interface rural-urbana, em face da contínua expansão das cidades; 5) aplicação do conceito de perdas líquidas nulas (no net loss) à produção agroalimentar e ao consumo de recursos naturais; 6) criação de um ambiente propício ao aumento de escala de pequenos projetos de sucesso. Remete ainda para o Atlas Mundial da Desertificação (WAD), um projeto coordenado pelo Centro Comum de Investigação (JRC-CCI) da Comissão Europeia, com a colaboração da UNCCD. O Atlas “vai além das análises convencionais da desertificação para considerar, de um modo mais geral, o estado e as tendências dos processos antropogénicos globais de alteração do uso dos solos, com ênfase nas terras de cultivo e nas pastagens.” (p. 53) Em conclusão (p.304), o GLO 1 apresenta sete perguntas com um breve contexto: Os pequenos agricultores sobreviverão? Qual o futuro das culturas geneticamente modificadas? A agricultura biológica poderá alimentar o mundo? O que deve ser feito relativamente à apropriação de terras? Qual o papel do setor privado? O que aconteceria se houvesse uma adoção generalizada de fontes alternativas de proteína? A tecnologia emergente e a inovação poderão levar-nos à sustentabilidade? O Anexo II (p.322) pretende mapear as dinâmicas de produtividade da terra, recorrendo ao conceito de Produção Primária Líquida (PPL) e afirmando: “Globalmente, os seres humanos têm vindo a apropriar-se de uma proporção cada vez maior desta PPL, afetando a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas; essa proporção ultrapassa, em muitos casos, a variabilidade e a dinâmica naturais dos sistemas.”
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