Cultivar_28

Editorial 9 tipologia territorial de base agrícola a partir de indicadores estruturais do então RA 2009 e de outras fontes de informação. A atualização dessa tipologia baseia-se agora, nomeadamente, no RA 2019, através do apuramento de uma matriz de 35 indicadores organizados em três grupos: económicos; sociais e humanos; ambientais e de ocupação do território. Esses indicadores começam por ser individualmente mapeados no território nacional; em seguida, é criado um mapa agregado para cada um dos grupos temáticos identificados; finalmente, produz-se um mapa dos cinco territórios obtidos da conjugação dos temas que resume, de certa forma, toda essa informação estrutural. Apresenta-se, a concluir, uma breve descrição de cada um desses perfis territoriais resultantes. No artigo seguinte, Isabel Escada Mendes, do GPP, faz uma análise sobre a evolução do papel das mulheres na agricultura nos últimos 30 anos, também com base na informação dos recenseamentos agrícolas. Conclui que as mulheres continuam a desempenhar um papel muito importante na agricultura, embora muitas vezes não reconhecido, tendo até aumentado consideravelmente a percentagem de produtoras singulares e de dirigentes agrícolas femininas. Embora tenham vindo a ser tomadas medidas para promover a igualdade salarial, o trabalho feminino continua a ser menos valorizado, mesmo se a discrepância no setor agrícola é inferior à da economia em geral. As mulheres têm também investido na sua formação e qualificação, que revelam tendências muito positivas, apesar das condicionantes ainda existentes. Destaca-se igualmente o maior investimento feminino em projetos de alguma dimensão, por exemplo, no subsetor dos pequenos frutos. Na secção Leituras, são analisados: o relatório da OCDE/FAO sobre as Perspetivas agrícolas para a próxima década (2022-2031, de junho de 2022); um documento anterior de Joaquim Cabral Rolo sobre as modalidades das estruturas agrícolas nacionais (2021, anterior à publicação do RA 2019); certos elementos do relatório das Nações Unidas sobre o estado das terras a nível global (GLO 1, 2017), no âmbito da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD); e ainda um artigo recente sobre o provável declínio do número de explorações em todo o mundo até ao final do século XXI (2023).

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