O melhoramento genético florestal 97 sp. e apresentar taxa de enraizamento compatível com a produção em larga escala. Embora a via seminal também seja uma opção através dos pomares de semente instalados, os maiores ganhos na floresta são alcançados por via clonal, com acréscimos de 40% refletindo o valor dos atuais 10 clones em produção no viveiro. Apesar da diversidade genética de E. globulus e do potencial de melhoramento, as mudanças climáticas estão a criar condições de estresse ambiental, abiótico e biótico, para as quais outras espécies de Eucalyptus podem ser interessantes. Nesse contexto, a experimentação de espécies visando a hibridação com a E. globulus pretende obter clones que combinem maior vigor e resistência com a aptidão para a elaboração de pasta e papel. Importância do melhoramento genético para a sustentabilidade da fileira do pinho SUSANA CARNEIRO, PEDRO TEIXEIRA e MARGARIDA MENDES SILVA Centro PINUS* * https://www.centropinus.org/ 1 INE, 2023 e 2022 (SCIE e Comércio Internacional); ICNF, 2019 (IFN6) 2 ICNF, 2019 (IFN6) Se existisse um livro com a história do Centro PINUS, teria um importante capítulo com o título: “Fazer chegar ao terreno plantas com melhoramento genético”. Desde a nossa fundação, há 26 anos, trabalhámos em parceria com o INIAV, o ICNF e associados ligados à produção para escrever este capítulo. E qual foi a nossa motivação? A mesma que orienta toda a nossa atuação: a sustentabilidade de uma Fileira que se destaca pela sua importância social, ambiental e económica, representando1 80% dos empregos diretos e 57% do VAB das indústrias da Fileira, 3,4% das exportações nacionais e o maior reservatório de carbono da floresta nacional. O volume em crescimento de pinheiro-bravo registou2 um decréscimo de 37% entre 2005 e 2019 e o melhoramento genético é estratégico para inverter esta tendência e dar resposta a metas de política florestal. Atualmente, conseguimos produzir plantas com um ganho genético de 21% em volume e em quantidade para arborizar cerca de 2 000 hectares/ano. Dispomos de uma rede de ensaios e um património genético valiosíssimos. Mas precisamos de fazer mais. O Centro PINUS estima ser necessário rearborizar cerca de 8 000 hectares/ano para alcançar a meta mínima de área para o pinheiro-bravo em 2030, preconizada na Estratégia Nacional para as Florestas. Se as necessidades de (re)arborização forem asseguradas com plantas melhoradas, o contributo para o aumento da produtividade será assinalável, contribuindo para alcançar 9 m3/ha/ano em 2050, objetivo definido no Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica. Com o apoio do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência (Agenda transForm) iremos, em parceria, instalar 12 hectares de novos pomares, o que permitirá aumentar para cerca de 6 000 hectares/ano a capacidade de (re)arborização com plantas melhoradas. Para dar continuidade a este projeto é imprescindível investimento público consistente. É positivo
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