Escassez de água na agricultura: uma preocupação global 137 culturas menos intensivas em água (que podem não ser tão rentáveis ou culturalmente significativas) e a técnicas de irrigação avançadas, como os sistemas de irrigação gota-a-gota e por aspersão. A adoção de tecnologias de poupança de água, como sensores de humidade do solo e sistemas de irrigação automatizados, deve ser incentivada para aumentar ainda mais a eficiência10. É crucial a reutilização de águas residuais tratadas para irrigação e a aplicação de uma regulamentação rigorosa para evitar a extração excessiva e promover a utilização sustentável das águas subterrâneas. São necessários planos de gestão integrada da água que agreguem esta gestão para todos os setores e regiões, garantindo uma abordagem holística. O investimento em infraestruturas de captação e armazenamento de águas pluviais pode ajudar a atenuar a variabilidade sazonal. A promoção de práticas agrícolas sustentáveis é igualmente vital. O apoio à investigação e ao desenvolvimento de variedades de culturas resistentes à seca pode aumentar a resiliência. O incentivo a práticas como a cobertura vegetal e a agricultura de conservação pode melhorar a retenção da humidade no solo. Facilitar iniciativas de investigação conjuntas e o intercâmbio de boas práticas entre os países mediterrânicos pode promover a cooperação regional e a partilha de conhecimento. A harmonização das políticas de gestão da água é essencial para conseguir estratégias regionais eficazes. As campanhas de educação pública para promover comportamentos de poupança de água são importantes, tal como o envolvimento das comunidades locais, dos agricultores e das partes interessadas do setor nas decisões relativas à gestão da água de modo a garantir inclusividade. A resolução do problema da escassez de água no Mediterrâneo exigirá um compromisso político sustentado e soluções inovadoras. São necessários esforços contínuos para promover a atenuação e a adaptação às alterações climáticas através de práticas sustentáveis e de infraestruturas resilientes, sendo a Política Agrícola Comum 2023-27 um importante facilitador. A adoção de avanços tecnológicos, como a agricultura de precisão, a deteção remota e a inteligência artificial, pode otimizar o uso da água. É crucial garantir que as estratégias de gestão da água são inclusivas e equitativas, respondendo às necessidades das populações vulneráveis e promovendo a coesão social. Em conclusão, a região mediterrânica enfrenta desafios significativos devido à escassez de água induzida pelas alterações climáticas. Através de intervenções políticas coordenadas, soluções inovadoras e cooperação regional, é possível alcançar uma gestão sustentável da água, garantindo a segurança hídrica, a produtividade agrícola e a estabilidade económica para as gerações futuras. 2. Declaração conjunta dos Ministros da Agricultura dos países MED9 – Ameaça de seca no setor primário dos Estados-Membros mediterrânicos Os Ministros da Agricultura de Chipre, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Itália, Malta e Portugal e os representantes da Croácia, reunidos em Chipre a 3 de setembro de 2024, em representação dos países da iniciativa MED9, reafirmam o seu compromisso de enfrentar os principais desafios que se colocam na região do Mediterrâneo relacionados com a questão premente da escassez de água. Reconhecendo a relevância da Agenda Estratégica aprovada pelo Conselho Europeu em 27 de junho de 2024 e a importância do reforço da resiliência hídrica em toda a União para apoiar práticas agrícolas sustentáveis; Reconhecendo que as orientações políticas da próxima Comissão Europeia 2024-2029, apresentadas em 18 de julho de 2024 pela Presidente Ursula Von der Leyen, salientam a necessidade do reforço da segurança hídrica da Europa e de uma nova Estratégia Europeia de Resiliência Hídrica; Considerando os estudos e relatórios que salientam os riscos crescentes provocadas pela seca acelerada e pelas alterações climáticas para, entre outros
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