70 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 31 AGOSTO 2024 – Sequeiro Comum (PAC), com a adesão europeia em 1986, que incentivou a preservação e expansão destas superfícies, em substituição de terras aráveis pouco produtivas, através de subsídios compensatórios, para além da promoção de práticas agrícolas mais sustentáveis, com incentivos da PAC para a conservação do solo e da biodiversidade, bem como o seu papel na mitigação das alterações climáticas por ajudarem a armazenar e capturar carbono no solo; crescimento da atividade pecuária extensiva, sobretudo no Alentejo e em Trás-os-Montes e valorização da produção pecuária de qualidade; redução de custos. A superfície de sequeiro dedicada a culturas permanentes era, em 2019, quase 605 mil hectares, que correspondiam a 70,3% do total destas culturas e aumentou 51,7 mil hectares (+9,4%) face a 2009. Contudo, houve uma diminuição do seu peso em relação ao total, que era de 80%, demonstrando um claro aumento do peso da superfície regada, particularmente de vinha, mas também de olival. As culturas de frutos de casca rija, cuja superfície representa 34% das culturas permanentes de sequeiro aumentou 80% no mesmo período. O oposto registou-se com as outras duas culturas de maior representatividade, o olival e a vinha, que representam cerca de 43% e 21%, respetivamente, desta superfície e apresentaram uma variação de -4,5% e de -17,5%. Nas restantes culturas permanentes de sequeiro, verificou-se uma diminuição da superfície dos frutos frescos (exceto citrinos) de -3,8% e um aumento nas restantes culturas, em alguns casos significativo, mas pouco impactante no valor total, uma vez que a superfície de todas estas culturas representa apenas cerca de 3% do total. A superfície total de culturas permanentes, que vinha em perda deste 1989, aumentou +9% (mais 71 mil hectares) desde esse ano até 2019. No período entre 2009 e 2019 o crescimento foi considerável, registando uma variação de +25%, a que correspondem mais 170 mil hectares, como resultado do aumento de 12,3% no olival, 99% nos frutos de casca rija, 153% nos frutos subtropicais e 29% nos frutos frescos (exceto citrinos), apenas com diminuição da vinha (-2,6%). Este crescimento da superfície de cada uma das culturas e o menor peso do sequeiro refletem o aumento substancial da superfície regada das culturas permanentes. O Recenseamento Agrícola de 2019 apresentou um total de 812 mil hectares de superfície de culturas temporárias em cultura principal, o que significa um decréscimo de -2,3% relativamente a 2009 (menos 19 mil hectares) e -46,4% em comparação com o valor registado em 1989 (-703 mil hectares). Em sequeiro, as culturas temporárias ocupavam 551 mil hectares em 2019, que representavam 68% deste tipo de culturas, um peso ligeiramente superior ao verificado em 2009 (66%), apesar da ligeira diminuição da superfície (-0,1% e menos 788 ha). As culturas forrageiras representam 53% deste grupo de culturas no sequeiro e a sua superfície cresceu 5,8% face a 2009. Verificou-se ainda um aumento muito significativo da área de sequeiro dos prados temporários (+415%), que representam 20% das culturas temporárias de sequeiro, das leguminosas secas para grão (+57%) e de outras culturas com menor peso no total da superfície de culturas temporárias de sequeiro. Em sentido contrário, estão os cereais para grão (22% do total), com um decréscimo de 95 mil hectares (-44,2%), e outras culturas menos relevantes (Figura 2). A superfície de pousio tinha 224,4 mil hectares. Ao longo dos 30 anos que vão desde 1989 a 2019, Figura 4 – Taxa de variação da superfície de sequeiro das culturas, por tipo de cultura, em 2019 face a 2009 (%) Fonte: INE, RA2019 e 2009
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