Cultivar_31

Caracterização da agricultura de sequeiro em Portugal 75 turas de sequeiro, um valor muito superior ao verificado em qualquer uma das restantes regiões, já que a segunda maior é em Trás-os-Montes com 33% (Mapa 3). Conforme já mencionado, a superfície de prados e pastagens permanentes tem uma grande representatividade na SAU nacional (51%) e, consequentemente, na superfície de sequeiro (60%). São quase 2,1 milhões de hectares dos quais 2,04 milhões em sequeiro, que na região agrária do Alentejo, onde se encontra cerca de 65% dos prados e pastagens permanentes, ocupam quase metade do seu território (Mapa 4 e Figura 8). É ainda nesta região que se encontra 52% da área de pousio e cerca de 60% da superfície de culturas temporárias de sequeiro em cultura principal (329 mil hectares), com destaque para as culturas forrageiras, cereais para grão e prados temporários. É na região agrária de Trás-os-Montes que se encontra mais área de culturas permanentes, cerca de 204 mil hectares correspondentes a 33% 2 Tendo em conta a relevância da sua expressão territorial, 71% da superfície de sequeiro destina-se a alimentação dos animais na exploração, apresenta-se no Anexo 2, e como exemplo, a análise da estrutura média de rendimento de explorações de bovinos de carne de acordo com dados RICA 2020/2021/2022. do total, seguida do Alentejo com 176 mil hectares (29%), onde predominam as culturas de olival, frutos de casca rija e vinha. A importância da agricultura de sequeiro Como acabamos de ver, os números divulgados pelos recenseamentos agrícolas mostram a relevância da agricultura de sequeiro em Portugal, nomeadamente na sua expressão territorial. A capacidade de adaptação dos sistemas de agricultura que dependem exclusivamente da água da precipitação às difíceis condições edafoclimáticas de grande parte do território são determinantes para a sua resiliência futura. Os números das estatísticas demonstram também que estes são sistemas que enfrentam desafios consideráveis que importa considerar, quer económicos2 (falta de rentabilidade para competir num quadro global quer com o mesmo produto produzido em condições mais favoráveis, quer com outros sistemas agrícolas com outra rentabilidade), quer ambientais e sociais (pressão social relativamente às emissões de metano com efeitos de estufa associadas à produção de herbívoros), sendo fundamental garantir as condições para a sua sustentabilidade. Neste aspeto, será importante promover a melhoria da condição dos recursos naturais de que estes sistemas dependem, onde as práticas de conservação do solo terão um papel essencial no reforço da sua resiliência e na capacidade de fixar carbono no solo, equilibrando as emissões que lhes estão atribuídas. Figura 8 – Superfície de sequeiro por cultura e tipo de cultura nas regiões agrárias em 2019 Fonte: INE, RA2019

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