Cultivar_32

112 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 32 DEZEMBRO 2024 – Cooperativas horizontes temporais dos seus membros (...). Em termos de risco, os proprietários familiares têm frequentemente a maior parte da sua riqueza concentrada na empresa, e as cooperativas são financiadas sobretudo pelo capital próprio dos membros, expondo-os a maiores riscos do que investidores com uma carteira diversificada ( ). Consequentemente, as empresas familiares e as cooperativas tendem a ser mais avessas ao risco do que as IOF. Estes argumentos sugerem que a relação entre propriedade e ESG é mediada pelo horizonte temporal da empresa e pelo seu comportamento em termos de risco.” (p.2) ● “Verificamos que as IOF apresentam um melhor desempenho em termos de ESG do que as empresas familiares e as cooperativas. Além disso, verificamos que as empresas familiares demonstram um horizonte temporal mais longo, enquanto as IOF apresentam uma maior assunção de riscos, e que a assunção de riscos e o horizonte temporal estão positiva e negativamente associados ao desempenho ESG, respetivamente. Os resultados sublinham distinções notáveis nos objetivos e nos quadros de governança de cooperativas, empresas familiares e IOF, que têm implicações no comportamento e no desempenho em termos de sustentabilidade da empresa. Estas conclusões estão em consonância com as teorias de direitos de propriedade e de agência, que postulam que a estrutura de propriedade marca as estratégias de investimento das empresas e os incentivos à tomada de decisão, delineando a distribuição de direitos residuais e a dinâmica de agência dentro da organização.” (p.2) ● Em suma: “o desempenho em termos de ESG difere consoante a estrutura de propriedade da empresa, com as IOF a apresentarem um desempenho superior ao das outras estruturas de propriedade. Além disso, as estruturas de propriedade também diferem em termos de horizonte temporal e de comportamento de assunção de riscos, com as empresas familiares a terem um horizonte temporal mais longo e as IOF a terem um comportamento de assunção de riscos mais elevado.” (p.12)

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