114 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 32 DEZEMBRO 2024 – Cooperativas mentar”, mas também a juntarem recursos e ativos, disponibilizando-os a todos os membros (p.6), ao mesmo tempo que garantem a sustentabilidade e a competitividade do setor e respondem às necessidades dos consumidores. “As cooperativas agrícolas europeias existem para permitir que os agricultores façam coletivamente coisas que não podem ser feitas individualmente por cada um dos seus membros.” (p.5) Segundo o documento, “a diferença cooperativa” envolve estratégias “baseadas num modelo de sucesso em que a eficiência empresarial se combina com valores de solidariedade, responsabilidade social e coesão social” (p.6), resultando em autonomia e entreajuda, equidade e justiça. Os benefícios para os cooperantes incluem a geração de maior valor acrescentado, melhor acesso a mercados e a financiamento, maior poder negocial e uma produção mais eficiente. Estes benefícios estendem-se também a toda a cadeia de valor através da redução do número de interlocutores, menos incerteza a longo prazo, preços mais estáveis, organização Refere as diversas iniciativas e estudos elaborados a nível da União Europeia (UE) que fomentam o apoio às cooperativas, mas alerta que é preciso reconhecer as suas necessidades específicas, adotar políticas que apoiem abordagens inovadoras e com base na ciência, e regulamentar e apoiar áreas como a eficiência energética, a infraestrutura digital, a ação climática, etc. Mais adiante, é igualmente referida a iniciativa das Nações Unidas de considerar 2025 como Ano Internacional das Cooperativas sob o lema “As cooperativas constroem um mundo melhor”. Nos fatores determinantes para a sustentabilidade e competitividade do setor agroalimentar identificam- -se: mercado único a funcionar bem; reforço da cooperação vertical e horizontal; facilitação do acesso aos mercados internacionais; consistência nas políticas de apoio; reconhecimento de serviços ambientais; acesso eficiente a financiamento; estratégias eficazes de gestão e mutualização do risco; apoio ao investimento em infraestruturas; investigação e inovação; digitalização; energia a preços acessíveis e com fornecimento estável; incentivos à circularidade; ensino e formação, e um orçamento comunitário que permita uma “competitividade sustentável”. Olhando para as cooperativas europeias, constata-se que “com a sua abordagem integrada”, criam “um nível de anti-fragilidade para a próxima geração” (p.4), respondendo da melhor forma às necessidades organizativas dos produtores e aumentando a sua capacidade negocial. Alguns números: 7 milhões de agricultores europeus são membros de cooperativas, as quais ultrapassam as 23 mil com 607 mil pessoas a trabalhar. “O objetivo das cooperativas agrícolas é serem eficientes e criarem uma economia de escala” (p.5) ajudando os agricultores não só “a reequilibrarem a sua posição na cadeia aliQuotas de mercado das cooperativas agrícolas europeias nos Estados-Membros da UE em 2019 (p. 16 do documento)
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