O que faz o sucesso das cooperativas agrícolas nos Países Baixos? 29 Os Países Baixos têm cerca de 250 cooperativas agrícolas. A Tabela 1 mostra as 20 maiores cooperativas e os seus principais produtos, volume de negócios, número de empregados e número de membros. Muitos agricultores são membros de mais do que uma cooperativa, por exemplo, a maioria dos produtores de leite e lacticínios é membro de uma cooperativa de alimentos para animais e de uma cooperativa de transformação de leite. A coluna 3 revela também os principais produtos agrícolas dos Países Baixos: leite, beterraba sacarina, batata, pecuária, frutas, hortícolas e flores e bolbos. Para a maior parte destes produtos, as cooperativas representam 80 a 100% do mercado. Além das cooperativas que fornecem fatores de produção agrícola e das que tratam produtos agrícolas, também as cooperativas financeiras, que providenciam crédito e seguros, são importantes para o setor. A maior parte do crédito agrícola é concedido aos agricultores neerlandeses pelo Rabobank, o único banco cooperativo dos Países Baixos. As companhias de seguros cooperativas fornecem frequentemente seguros contra intempéries e outros seguros agrícolas. 2. Um pouco de história A história das cooperativas agrícolas remonta a meados do século XIX, quando foram criadas associações agrícolas para o fornecimento de seguros agrícolas, apoio à pecuária, crédito rural e para o intercâmbio de conhecimentos agrícolas. A maioria destas associações tinha um caráter informal, contando muitas vezes com o apoio das autoridades locais. Com a promulgação da primeira legislação sobre cooperativas em 1876, estas associações transformaram-se em cooperativas formais, o que lhes permitiu expandir as suas atividades comerciais independentes. O número de cooperativas recém-criadas aumentou rapidamente no final do século XIX, quando a industrialização e a expansão do comércio internacional criaram novas oportunidades para os agricultores neerlandeses. Embora as cooperativas tenham sido criadas primeiramente com fins económicos, não devemos subestimar o elemento social original de solidariedade. Os agricultores estavam habituados a ajudar os vizinhos em situações de emergência e a decidir coletivamente as questões da gestão da água. Esta ideia de interesse comum ficou expressa nos nomes dados às novas cooperativas leiteiras. Alguns dos nomes então mais habituais eram Harmonia, Concórdia ou O Nosso Interesse. Outros nomes curiosos que testemunham essa inclinação mais social são Boas Expectativas, Futuro, Esperança e Aurora. A expansão da economia mundial entre 1890 e 1930 foi favorável à agricultura neerlandesa. Os Países Baixos optaram pela neutralidade na Primeira Guerra Mundial e a agricultura beneficiou da grande procura de produtos agrícolas durante e após a guerra. O número de cooperativas aumentou, sobretudo nos setores e regiões mais orientados para a exportação, como é o caso dos lacticínios nas zonas Norte e Oeste do país. Nas regiões pobres do Sul e do Leste, onde a agricultura é maioritariamente de pequena escala em solos pobres, o desenvolvimento das cooperativas foi um pouco mais lento e mais centrado na emancipação dos camponeses, com o apoio de sindicatos agrícolas, da igreja católica e das autoridades locais. … os principais produtos agrícolas dos Países Baixos: leite, beterraba sacarina, batata, pecuária, frutas, hortícolas e flores e bolbos. Para a maior parte destes produtos, as cooperativas representam 80 a 100% do mercado. Embora as cooperativas tenham sido criadas primeiramente com fins económicos, não devemos subestimar o elemento social original de solidariedade. Os agricultores estavam habituados a ajudar os vizinhos em situações de emergência e a decidir coletivamente as questões da gestão da água.
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