Cultivar_32

O que faz o sucesso das cooperativas agrícolas nos Países Baixos? 31 e capacitação. O elevado nível educacional dos agricultores neerlandeses foi sempre propício à participação dos membros. Além disso, as distâncias geográficas reduzidas e a homogeneidade da comunidade agrícola favoreceram a participação dos membros nos órgãos de decisão e, por conseguinte, o seu controlo sobre a cooperativa. Uma boa liderança implica ter as pessoas certas no Conselho de Administração (CA). Processos eleitorais transparentes e mandatos maximizados (máximo de 12 anos) permitem um bom equilíbrio entre experiência e novas ideias. Nos Países Baixos, é habitual contratar gestores profissionais para gerir a atividade da cooperativa. Embora encontrar bons gestores seja sempre difícil para as cooperativas, uma forte orientação empresarial e a disponibilidade de oportunidades de crescimento da atividade cooperativa ajudaram a atrair gestores altamente qualificados (frequentemente com experiência em empresas não cooperativas). Um desafio relacionado com a governação interna é a relação entre o CA e os gestores profissionais. Embora o Conselho de Administração, que representa os membros, seja o decisor final, são os gestores quem detém a maior parte do conhecimento e quem tem de pôr em prática as decisões estratégicas. As cooperativas mais resilientes são as que conseguiram encontrar um bom equilíbrio entre o controlo do CA, por um lado, e a responsabilização dos gestores, por outro. As cooperativas agrícolas nos Países Baixos têm-se revelado flexíveis e inovadoras nas suas estruturas de governação interna (Bijman et al., 2014). Para desenvolver respostas estratégicas e táticas adequadas às pressões competitivas, as cooperativas reforçaram a autonomia da gestão, reduziram a influência dos membros nas decisões operacionais, encontraram novas fontes de capitais próprios e profissionalizaram os órgãos de supervisão. Quanto a este último aspeto, as cooperativas incluíram peritos não membros nestes órgãos, reforçando assim as suas capacidades de controlo. Outra inovação foi o Conselho de Membros. As grandes cooperativas criaram um Conselho de Membros, composto por 50 a 100 membros, ao qual foi atribuída a maior parte dos direitos e obrigações da Assembleia Geral. Eleito por e entre todos os membros, este Conselho de Membros é composto por pessoas extremamente empenhadas que se interessam pelos assuntos gerais da cooperativa. O Conselho de Membros é também uma boa fonte de recrutamento de novos membros para o Conselho de Administração. Em suma, as cooperativas agrícolas dos Países Baixos introduziram vários mecanismos inovadores de governação interna que permitiram à cooperativa crescer como empresa, sem que se perdesse o controlo dos membros sobre as principais decisões estratégicas 5. Homogeneidade entre os membros Diz-se muitas vezes que, nas grandes cooperativas agrícolas, nomeadamente nas cooperativas de comercialização, a heterogeneidade dos interesses dos membros está a aumentar (Cook, 1995). O crescimento da cooperativa para além da sua comunidade de origem e a diversificação das suas atividades principais resultam frequentemente em grupos de membros com interesses divergentes. Além disso, os membros podem ir diversificando as suas estratégias individuais à medida que as suas explorações se especializam. Este tipo de especialização é ainda mais acentuado pelo facto de os agricultores passarem de produtos de base destinados a mercados à vista para produtos especializados que são vendidos em cadeias de abastecimento específicas. O elevado nível educacional dos agricultores neerlandeses foi sempre propício à participação dos membros. Para desenvolver respostas estratégicas e táticas adequadas às pressões competitivas, as cooperativas reforçaram a autonomia da gestão, reduziram a influência dos membros nas decisões operacionais, encontraram novas fontes de capitais próprios e profissionalizaram os órgãos de supervisão.

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