Cultivar_32

O que faz o sucesso das cooperativas agrícolas nos Países Baixos? 33 de exportação e começaram a exportar elas próprias os seus produtos. Outro exemplo é o do setor dos produtos frescos. Em 1996, com a fusão de nove cooperativas de leilões de produtos frescos numa cooperativa de comercialização (The Greenery), a cooperativa federada Serviço Central de Leilões de Frutas e Hortícolas (CBT) foi encerrada. A CBT estabelecia as regras e os procedimentos para as cooperativas de leilões associadas e efetuava a promoção coletiva de frutas e hortícolas. Por último, em 2000, no setor dos alimentos para animais, as duas principais cooperativas de abastecimento – Cehave e Landbouwbelang – passaram, cada uma, de cooperativa federada a cooperativa primária, tendo-se subsequentemente fundido no maior produtor de alimentos compostos para animais dos Países Baixos, a Agrifirm. 7. Estratégias na cadeia alimentar Tradicionalmente, as atividades das cooperativas agrícolas centravam-se no primeiro tratamento dos produtos agrícolas (ou na venda direta de fatores de produção às explorações). Do ponto de vista da cadeia de abastecimento, o posicionamento da cooperativa era a montante, o que significa “próximo”da exploração agrícola. No entanto, este foco nas atividades a montante da cadeia de abastecimento mudou na década de 1990, quando as cooperativas de comercialização se começaram a envolver em atividades a jusante, como a inovação de produtos e o desenvolvimento de marcas de consumo. As cooperativas costumavam seguir uma estratégia de liderança em termos de custos, sempre com o objetivo de melhorar a eficiência das operações de transformação e venda. Os membros insistiam para que as respetivas cooperativas mantivessem os custos operacionais tão baixos quanto possível. A liderança em termos de custos foi também determinada pela estrutura do mercado: as cooperativas aceitavam os preços em mercados competitivos, ou os preços eram determinados pelas políticas de mercado da UE. Esta estratégia de liderança em termos de custos levou a muitas fusões entre cooperativas, quando os desenvolvimentos tecnológicos elevaram a escala mínima de funcionamento eficiente para um nível superior à dimensão de uma cooperativa. As fusões conduziram ao pequeno número de cooperativas que sobreviveram. Para além da liderança em termos de custos, as cooperativas de comercialização desenvolveram duas outras estratégias para aumentar o rendimento dos seus membros. Em primeiro lugar, desenvolveram diferentes produtos alimentares e não alimentares, utilizando os diversos ingredientes do produto agrícola. As cooperativas de lacticínios, de batata para fécula e de açúcar investiram fortemente no desenvolvimento de novos produtos industriais e de consumo. Por exemplo, a cooperativa de lacticínios FrieslandCampina é um dos maiores fornecedores mundiais de lactose à indústria farmacêutica. Em segundo lugar, as cooperativas do setor dos lacticínios e do açúcar desenvolveram as suas próprias marcas de consumo, de modo a reforçarem a sua posição competitiva, em especial em relação aos grandes distribuidores de produtos alimentares. No setor dos produtos frescos, o desenvolvimento de marcas de consumo é mais difícil, uma vez que os produtos são geralmente vendidos sob a marca branca dos supermercados. 8. O futuro das cooperativas agrícolas nos Países Baixos As cooperativas agrícolas dos Países Baixos têm-se revelado resilientes. Têm uma longa história, que remonta a meados do século XIX. Após um período de lenta aquisição de legitimidade, a cooperativa tornou-se o modelo preferido para a ação coletiva dos agricultores, tanto na compra de fatores de produção como na venda de produtos agrícolas. No século XX, as cooperativas agrícolas neerlandesas beneficiaram de encomendas ao mercado nacional (nos anos de crise, guerra e pós-guerra) e, mais tarde, das políticas agrícolas comuns da UE. Em resposta à grande transformação da política agrícola da UE na década de 1990, as cooperativas neerlandesas ajustaram as suas estratégias comerciais e continuaram a ser bem-sucedidas na prestação de benefícios económicos aos seus membros. Nos últimos anos, as cooperativas agrícolas têm vindo a enfrentar novos desafios, mas também novas

RkJQdWJsaXNoZXIy MTgxOTE4Nw==