Cultivar cooperativas no século XXI 45 rações de concentração do setor, qualificar e internacionalizar o tecido de cooperativas existentes e, ainda, robustecer a sua situação económico-financeira. No entendimento de que o processo de modernização da agricultura portuguesa deve ser acompanhado por um trabalho de organização económica das fileiras agropecuárias, o setor cooperativo assume uma posição de elevado relevo e importância estratégica. Com a entrada em vigor do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) 2023-2027, o Ministério da Agricultura considera como prioridade a criação de uma medida específica dirigida à reestruturação e redimensionamento das cooperativas agrícolas, contribuindo para combater o definhamento socioeconómico e o abandono agrícola e rural, bem como para promover a coesão territorial. Com este enquadramento, foi criado o Grupo de Trabalho “Cooperativas Agrícolas 20|30” junto da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), tendo por missão a avaliação e proposta de uma medida de apoio à reestruturação, redimensionamento e competitividade das cooperativas agrícolas. Do referido Grupo de Trabalho fizeram parte as seguintes entidades: Direção-Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural; Gabinete do Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP); Instituto do Financiamento da Agricultura e Pescas, I.P. (IFAP) e Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (CONFAGRI). Este trabalho resultou na entrega de um Plano Estratégico à respetiva tutela, aguardando-se agora a concretização das medidas propostas. Conciliar os princípios do desenvolvimento sustentável com as exigências do mercado global exige uma abordagem equilibrada que preserve os princípios básicos da cooperação, como a solidariedade e a democracia interna, ao mesmo tempo que adota práticas que reforcem a concorrência. Para responder eficazmente às mudanças no mercado mundial, é necessário que os parceiros invistam em tecnologia moderna, formação coletiva, produção e processos inovadores. A cooperação e a envolvência com o Ministério da Agricultura e outras instituições é, cada vez mais, fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas que contribuam para a melhoria e competitividade do setor agrícola em Portugal. A adoção de novas tecnologias, a implementação de práticas mais sustentáveis e a garantia da capacidade dos membros ativos são passos fundamentais para garantir que as cooperativas consigam ser cada vez mais competitivas no mercado global, sem comprometer os seus valores fundamentais. A CONFAGRI é a estrutura de cúpula do universo cooperativo agrícola do nosso país, tendo sido constituída com a finalidade essencial de contribuir para o crescimento e desenvolvimento equilibrado e eficaz do setor cooperativo e, em especial, da agricultura portuguesa. Como Confederação Nacional, mantemos o compromisso assumido junto das nossas Federações, Cooperativas e Produtores, na promoção dos seus produtos e na defesa dos melhores interesses da produção nacional. Temos de defender e assumir cada vez mais o nosso papel na coesão territorial, no turismo, na economia, na saúde, na educação e na alimentação. Precisamos de afirmar aquilo que somos, sem dogmas ou mitos mal sustentados. O que fazemos é produzir alimentos seguros … os mecanismos de apoio a mobilizar deverão contribuir ativamente para alavancar operações de concentração do setor, qualificar e internacionalizar o tecido de cooperativas existentes e, ainda, robustecer a sua situação económicofinanceira. … [é necessária] uma abordagem equilibrada que preserve os princípios básicos da cooperação, como a solidariedade e a democracia interna, ao mesmo tempo que adota práticas que reforcem a concorrência.
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