Cultivar_32

66 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 32 DEZEMBRO 2024 – Cooperativas dades anónimas, holdings ou associações. Podemos referir algumas vantagens nas seguintes áreas: Concentração da produção A cooperativa permite que os seus membros unam forças, concentrando a produção e otimizando recursos. A colaboração entre membros permite a compra conjunta de matérias-primas, a partilha de equipamentos e instalações, ou a centralização de processos, o que resulta em redução de custos. Os membros aumentam significativamente o seu poder de negociação, tanto com fornecedores quanto com clientes. A cooperativa pode negociar melhores condições de compra e venda. Também a partilha de riscos torna a cooperativa uma opção mais segura em mercados cada vez mais instáveis. Aumento do volume de negócios A cooperativa pode expandir a sua intervenção aproveitando a força coletiva dos seus membros, e assim facilitando a expansão para novos mercados ou canais de distribuição. O crescimento do volume de produção e vendas pode acontecer quando se trabalha em conjunto. O aumento do volume de negócios leva a crédito mais fácil e em melhores condições. A união dos membros pode levar ao desenvolvimento de novos produtos ou serviços e desta forma a um leque maior de consumidores. A diversificação pode permitir o aumento do volume de negócios. Distribuição do rendimento e património A forma como os rendimentos são distribuídos numa cooperativa é uma das suas principais vantagens, especialmente em comparação com outros modelos empresariais. Nas cooperativas, o lucro gerado não é distribuído de forma proporcional ao capital, como ocorre em empresas tradicionais. Em vez disso, é distribuído entre os membros de acordo com a sua participação nas atividades da cooperativa. Isso garante uma distribuição mais justa e equitativa dos resultados. Em conclusão, poder-se-ia dizer que o aumento de escala e a diversificação seriam compatíveis com a manutenção do formato cooperativo, exigindo gestão cuidadosa e adaptação ao longo do tempo. Com uma governança eficiente e uma boa estrutura de comunicação e gestão, as cooperativas poderiam não apenas expandir e diversificar, mas também fortalecer o seu impacto coletivo e aumentar a sua competitividade no mercado. No entanto, a profissionalização da produção, acompanhada com o aumento de áreas de produção, cada vez mais tornam o modelo cooperativo menos apelativo. A decisão, baseada num voto por cada membro, é vista como inconveniente para produtores com áreas ou produções bem diversificadas. Da mesma forma, o património apesar de ser protegido pelo compartilhamento entre os seus membros, não pode ser distribuído pelos mesmos. Mesmo numa situação de dissolução da cooperativa, o seu património é destinado, conforme estipulado no código cooperativo, a outros fins, como o pagamento de dívidas, a entrega ao movimento cooperativo ou para fins sociais, e não para a repartição direta entre os sócios. Estas situações são das principais razões pela não aderência dos produtores atuais ao regime cooperativo. A criação de riqueza com os investimentos necessários em equipamentos e instalações acaba por nunca reverter para os membros da cooperativa. E hoje com a concentração da comercialização na grande distribuição, só cooperativas com grande capacidade de oferta podem ter opção de se tornarem fornecedoras dessa mesma distribuição. 2. De que forma a vossa cooperativa se tem vindo a adaptar aos desafios da modernização (inovação, tecnologia, acesso ao mercado, sustentabilidade, etc.) no que se refere ao modelo de negócio? Pensam que o aumento de escala e a diversificação do negócio são compatíveis com a manutenção do formato cooperativa? Para garantir um compromisso inequívoco com a sustentabilidade social, ambiental e económica e dar resposta às exigências comerciais do mercado

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