68 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 32 DEZEMBRO 2024 – Cooperativas nossa cooperativa, para além de se tornarem mais competitivos, permitem à Cooperativa obter escala na produção e poder negocial por volume. O resultado tem sido a aposta na venda de azeite embalado através das nossas marcas e a consolidação da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos no panorama olivícola português. Por outro lado, o facto de termos praticamente 4 000 associados dá-nos escala e capacidade negocial na aquisição de fatores de produção para a atividade diária dos nossos agricultores. A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos tem uma responsabilidade económica e social grande na nossa área de intervenção, quer pela sua dimensão, quer pelo volume de negócios que representa para a região, que seria impossível de conseguir se cada agricultor negociasse por si. O modelo da nossa cooperativa é de um sócio, um voto, independentemente da dimensão do associado. O nosso modelo de negócio é diferente do de uma empresa privada, onde o objetivo é o lucro. No caso da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, para além da responsabilidade social que tem na região, o nosso objetivo é pagar ao melhor preço a matéria-prima, que é a azeitona proveniente dos olivais dos nossos associados. Esta estratégia permite aos nossos olivicultores serem competitivos num mercado cada vez mais global e concorrencial. O nosso modelo de pagamento é em função dos quilogramas de azeite produzidos por cada associado. 2. De que forma a vossa cooperativa se tem vindo a adaptar aos desafios da modernização (inovação, tecnologia, acesso ao mercado, sustentabilidade, etc.) no que se refere ao modelo de negócio? Ao longo dos anos, a Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos tem feito investimentos para modernizar as suas instalações e adaptá-las ao aumento de produção dos nossos associados. Estes investimentos dotaram a Cooperativa de equipamentos modernos, eficientes e que permitiram um ganho de qualidade nos nossos azeites. Hoje, 97% dos nossos azeites são de categoria virgem ou virgem extra. Por outro lado, os nossos associados têm cada vez mais à sua disposição um conjunto de ferramentas tecnológicas que lhes permitem adotar as melhores estratégias para a sua produção. Por exemplo, nos olivais de regadio, os nossos olivicultores têm um conjunto de instrumentos que permitem monitorizar a humidade do solo e com isso adaptar as regas às necessidades hídricas da planta, contribuindo para a sustentabilidade ambiental. O próprio olival é um sumidouro de excelência de CO2 o que, por si só, é um garante da sustentabilidade ambiental. 2a. Pensam que o aumento de escala e a diversificação do negócio são compatíveis com a manutenção do formato cooperativa? O aumento de escala é compatível com a manutenção do nosso formato como cooperativa. A estratégia da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos para os próximos anos é de aumentar significativamente a sua produção, desde que o Estado português cumpra com os compromissos assumidos com os nossos agricultores e se construam as infraestruturas de regadio há muito prometidas, nomeadamente o bloco de rega de Moura e Póvoa – Amareleja. A instalação do regadio irá permitir um grande aumento de produção que irá levar a Cooperativa a construir um lagar moderno, com dimensão e tecnologia de ponta que se irá tornar numa referência na olivicultura nacional e consequentemente mundial (não nos podemos esquecer que três dos cinco lagares mais modernos e eficientes do mundo estão em Portugal).
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