Cultivar_4_Tecnologia

Agricultura de precisão: fatores-tecnológicos decisivos para “fazer mais (e melhor) com menos”? 21 agrícolas. É inegável que a variabilidade (em alguns casos, a imprevisibilidade) de alguns destes aspe- tos têm aumento nos últimos anos. Nalgumas das operações do itinerário técnico cul- tural, a oportunidade de atuação na tomada de decisão é já suportada por processos de controlo bem definidos e parametrizados incluindo já sen- sores vários ou até modelos de previsão, como por exemplo a condução da rega suportada por son- das de água no solo ou alguns tratamentos fitossa- nitários. Noutros casos, ou os processos de controlo são difusos ou mesmo sendo claros, não existem sensores expeditos que os suportem (e.g. mobiliza- ção do solo/preparação da cama para a semente ou adubação azotada em cobertura). Para as opera- ções culturais em que tal acontece, a decisão acaba por ser suportada por bastante empirismo, i.e., a experiência e tradição do produtor (e.g. mobilização do solo, data de semen- teira, entre outras) ou por uma receita pré-estabele- cida em função dos esta- dos fenológicos (e.g. cober- tura azotada). Este facto gera, necessariamente, ine- ficiências no processo produtivo que urge mitigar de forma a tornar a atividade agrícola mais com- petitiva e sustentável. Aplicação agrícola dos GNSS Os GNSS possibilitam a determinação expedita da posição de qualquer objeto à face da terra em qual- quer hora do dia e em qualquer tipo de condições meteorológicas. Até aí, o posicionamento era feito pelos métodos de topografia clássica que são caros e lentos. Foi o facto de passar a ser possível adicio- nar, de forma expedita, as coordenadas geográficas a qualquer dado (produtividade, ph, teor de fósforo, etc.) – i.e. a criação de dados georreferenciados - que inaugurou um novo capitulo na história dos sis- temas de cultivo agrícola. O conjunto de vários dados georreferenciados de uma mesma parcela conduzem à elaboração de uma carta ou tema. Uma carta do teor de fósforo no solo ou da produtividade origina a análise espacial dos dados. Dentro de um mesmo tema é possível avaliar a magnitude da variabilidade total apresen- tada (valores máximos, mínimos, amplitude, desvio padrão, etc.) assim como o seu padrão de variação espacial (mais aleatório ou mais agrupado emman- chas e a sua forma). É possível também relacionar dois ou mais temas de forma a perceber a sua rela- ção espacial (e.g. uma carta dos teores de fósforo ou pH do solo e uma carta de produtividade). Do estudo espacial dos diferentes temas de uma mesma parcela resultam conclusões (conheci- mento) que podem resultar, por exemplo, numa aplicação espacialmente diferenciada de fatores de produtividade e.g. fós- foro, dotação de rega, her- bicida, etc. Deste modo, em vez de se trabalhar pela média da parcela, e, neces- sariamente, aplicar mais ou menos adubo do que as necessidades nalgumas zonas da mesma parcela, passa-se a aplicar uma taxa de fator diferente em cada zona da parcela em função do potencial pro- dutivo e/ou das necessidades. Novamente, é do maior encontro entre a necessidade e a disponibi- lidade no tempo e espaço que resulta o ganho de eficácia e eficiência da atuação. A aplicação diferenciada de fatores de produção é possível graças à Tecnologia de Taxa Variável (VRT – do inglês Variable Rate Tecnology ) i.e. a possibi- lidade de um distribuidor de adubo, um semeador ou um pulverizador variar, em tempo real, a taxa aplicada no espaço de uma parcela em função de uma carta de prescrição (carta com a recomenda- ção de fator para cada zona) previamente elabo- rada. Esta carta de prescrição é alimentada a uma consola na cabine do trator que executa o comando Foi o facto de passar a ser possível adicionar, de forma expedita, as coordenadas geográficas a qualquer dado (produtividade, ph, teor de fósforo, etc.) – i.e. a criação de dados georreferenciados - que inaugurou um novo capitulo na história dos sistemas de cultivo agrícola.

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