Cultivar_4_Tecnologia

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 4 JUNHO 2016 22 da máquina após leitura do seu posicionamento. É uma tecnologia madura e disponível no mercado de maquinaria agrícola quer em equipamento de ori- gem quer em montagem em máquinas existentes. As cartas de produtividade também resultam da instalação nas máquinas de colheita de monito- res georreferenciados constituídos por sensores de massa, peso ou volume e de uma antena para posicionamento geográfico. Também é uma tecno- logia madura e disponível no mercado de maquina- ria agrícola, sendo muitas vezes, a porta de entrada para a adoção da agricultura de precisão. A componente mais critica do processo de apli- cação diferenciada de fatores é a elaboração da carta de prescrição. Nesse processo de aplicação de conhecimento agronómico conjugam-se diver- sas fontes de dados como as cartas de produtivi- dade ou as cartas de dispo- nibilidade de nutrientes no solo. É também já comum o uso de cartas de índices de vegetação (e.g. NDVI e outros) obtidos por deteção remota ou até a cartografia da condutividade elétrica do solo. Todas estas cama- das enriquecem o conhe- cimento que o gestor tem das suas parcelas e possibilitam tomadas de deci- são tecnicamente mais válidas, mais otimizadas e menos arriscadas. As TICE, o mais importante “fator limi- tante”? As TICE permitem pôr em prática o controlo de sis- temas dinâmicos. O controlo de um sistema pode dividir-se nas seguintes fases: sensorização, ava- liação, prescrição e atuação. Na fase de sensoriza- ção são necessários sensores que direta ou indire- tamente permitam aferir do estado do sistema em determinada altura. Na fase de avaliação, os dados recebidos são analisados num algoritmo e, em fun- ção de uma avaliação, é prescrita uma ação, já na fase de prescrição. A fase de avaliação pode tam- bém incluir uma previsão do comportamento do sistema a ser levada em conta (e.g. recomendação de dotação de rega em função da previsão de eva- potranspiração para os próximos dias ou recomen- dação de um tratamento fitossanitário em função da previsão de precipitação ou, ainda, a recomen- dação de uma cobertura de azoto em função da previsão da resposta simulada num modelo da cul- tura e do preço quer do azoto quer do produto final, entre outros). Finalmente, em função da prescrição ocorre uma atuação no sistema (e.g. rega ou trata- mento) no sentido de levar a prescrição à prática. As quatro fases do controlo funcionam em ciclo, e como ciclo que são, não têm princípio nem fim. A sensorização do sistema permite criar um feedback da prescrição anterior, o que, por sua vez, gera nova prescrição e assim sucessi- vamente. O controlo de sistemas obriga à total clarificação do processo a controlar. Em último grau, a tomada de decisão tem que ser colo- cada sob a forma de algo- ritmo “entendível” por uma máquina. Para que isso seja possível, o processo tem que ser conhecido em toda a sua extensão, i.e., todos os “dependes” têm que ser formulados de forma explicita. Também se torna necessário que existam sensores capazes de medir ou estimar as grandezas necessárias para o processo de avaliação e/ou prescrição. Finalmente, é necessário também haver capacidade de atuação no sistema, justificação final para todo o esforço de controlo. Para gerir o ciclo de controlo existem em geral pla- taformas que materializam os sistemas de infor- mação, normalmente digitais (designadas por O controlo automático de sistemas agrícolas, … causa alguma relutância junto dos produtores quando pensado para culturas em campo aberto e em grandes áreas. No entanto, mesmo aí, um sistema de controlo bem desenhado e parametrizado trará ganhos de eficiência consideráveis,

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