Cultivar_4_Tecnologia

Agricultura de precisão: fatores-tecnológicos decisivos para “fazer mais (e melhor) com menos”? 23 “ dashboard ”), em que as leituras dos sensores são disponibilizadas, assim como as ações tomadas juntamente com métricas indicadoras do desem- penho do sistema (KPI – key performance indica- tors ), alertas, valores máximo, mínimos e ótimos, entre outros. Os ciclos do controlo podem funcionar em modo semiautomático ou emmodo automático. No modo semiautomático, normalmente, a fase de sensoriza- ção, avaliação e prescrição são automáticas mas a fase de atuação é manual (é o gestor do sistema que dá a ordem). No modo automático todo o ciclo é automático, incluindo atuação no sistema (rega, fertilização, tratamentos entre outros), reduzindo a atuação do produtor a tarefas de verificação do sis- tema. O controlo em modo automático abre tam- bém a porta à robotização das operações e conduz a significativos ganhos de eficiência de gestão de recursos e fatores. O controlo automático de sistemas agrícolas, já existente em cultura protegida nomeadamente em cultivo hidropónico, causa alguma relutância junto dos produtores quando pensado para culturas em campo aberto e em grandes áreas. No entanto, mesmo aí, um sistema de controlo bem desenhado e parametrizado trará ganhos de eficiência conside- ráveis, sendo a médio prazo de prever a sua imple- mentação prática mais generalizada. É já uma realidade a auto- matização de algumas operações em explorações agrícolas: a condução ali- nhada de tratores e máqui- nas agrícolas, os robots de ordenha, a alimentação de bovinos em função da curva de lactação (existe há longa data), aplicação de fitofármacos em função do volume de copa de cada árvore num pomar, aplicação de N em fun- ção do teor de clorofila da cultura de cada zona na parcela, aplicação de herbicida apenas nos locais onde existem infestantes, separação de lotes de qualidade diferenciada de uva durante a vindima mecanizada em função de uma carta de segmenta- ção, aplicação de dotações diferenciadas em ram- pas rotativas (sectores e ao longo da rampa), etc. No entanto ainda há um longo caminho a percor- rer neste domínio existindo ainda bastantes obstá- culos a ultrapassar para que a automação se gene- ralize, nomeadamente quando: • Não existem sensores capazes de medir de forma expedita, e em contínuo, uma gradeza necessária à fase de avaliação (e.g. compactação do solo); • A fase de avaliação / tomada de decisão é com- plexa e ainda pouco conhecida e, portanto, difícil de transformar em algoritmo (e.g. perfil do solo para a sementeira); • Não existe tecnologia (ou está ainda em fase de protótipo) para levar à prática as prescrições ou fazê-lo de forma temporal e espacialmente expli- cita (e.g. Robot de pulverização); • O produtor não se sente confortável com o facto de ter uma operação a ser gerida automatica- mente sem a sua intervenção ativa (e.g. controlo automático da rega); • Existe tudo para automatizar, mas o custo da solução torna-a economicamente inviável. De uma maneira geral as TICE têm evoluído muito nos últimos anos, de tal forma que, muitas vezes estão à frente do conheci- mento cientifico agrícola necessário para as aplicar (“Soluções à procura de aplicações”). Este aspeto, em particular, levanta sérias questões ao sistema científico e tecnológico agrícola nacional no sentido de ter dinamismo e até dimensão para dar resposta às solicitações atuais e futuras neste domínio. Têm-se tornado comuns situações em que os produtores agrícolas têm ado- Têm-se tornado comuns situações em que os produtores agrícolas têm adotado tecnologias cujo fundamento e dimensão científica ainda não estão totalmente estudados.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0OTkw