Cultivar_4_Tecnologia

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 4 JUNHO 2016 34 por nuclease) que já alguns autores referem-se esta tecnologia como uma “democratização” do melho- ramento vegetal. A biotecnologia continuará a desenvolver ferramen- tas que permitirão aumen- tar a precisão e a veloci- dade com que se consegue ajustar a produção vege- tal às nossas necessida- des. Estes desenvolvimen- tos resultam da enorme pressão a que estamos sujeitos para responder a desafios como o aumento de cerca de 50% da pro- dução agrícola vegetal até 2050, associado à impos- sibilidade de se aumentar a área agrícola disponí- vel para esta produção e aos efeitos das alterações climáticas mais ou menos bruscas que se encon- Esta tecnologia implica a expressão da nuclease e do RNA guia na planta cujo DNA se pretende editar. Dois aspetos são notáveis: o primeiro é que para ser possível direcionar a nuclease é necessário saber com precisão qual a sequência DNA alvo e portanto é necessário conhecer com precisão o genoma da espécie que se quer modi- ficar; o segundo é que com esta tecnologia não é possí- vel, para as variantes SDN1 e SDN2 distinguir que pro- cesso levou à alteração, se o uso de nucleases, se fenómenos de mutagénese natural, o que colocará questões interessantes à certificação e regulação das variedades assim obtidas. É interessante ainda referir que o custo de produzir uma nuclease do tipo CRISPR/Cas9 é tão barato (cerca de 10 euros Figura 6 – Três variantes do uso da edição de DNA SDN1 – bloquear a expressão de um gene; SDN2 – substituir uma sequência génica por outra, corrigindo um ou mais dos seus pares de bases; SDN3 – inserir uma nova sequência codificante num local específico. NHEJ – “ Non Homologous End Joining ”; HR – Homologous Recombination . Fonte: Adaptado de várias publicações. Por outro lado a falta de capacidade de investimento nacional não permite uma atividade sustentada de melhoramento das espécies vegetais mais importantes da nossa agricultura.

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