Cultivar_4_Tecnologia

Evolução do Potencial Produtivo e das Produtividade Agrícolas Portugal Continental – 1999-2009 61 recursos (-3,5%), o que indicia uma sensível rea- fetação das áreas agrícolas a atividades menos produtivas; • Embora quase todos os grupos de atividades acompanhem esta tendência global, verificam- -se duas exceções relevantes, a das culturas per- manentes regadas e das pastagens permanen- tes, ambas com grandes aumentos dos recursos (68% e 29%) e um incremento importante do potencial produtivo (17% e 7%); • Contudo, o significado e consequências des- tas duas exceções são muito diferentes, pois o impressionante alargamento da área das pas- tagens permanentes pobres (+390 mil ha) é o reverso da diminuição das áreas anteriormente ocupadas por utilizações mais produtivas (sobre- tudo, culturas temporárias, com realce para os cereais e as culturas industriais), enquanto a expansão das áreas das culturas permanentes regadas (sobretudo, olival) corresponde em geral ao alargamento das áreas regadas ou à intensifi- cação cultural noutras que já o eram e, portanto, a um significativo aumento do potencial produ- tivo agrícola global; • O impacto global muito negativo da recompo- sição das áreas de culturas temporárias e pas- tagens traduz-se de forma concludente no facto do aumento de 7% dessas áreas ter conduzido a uma diminuição de 16% do seu potencial [linha (11) do quadro 2.2]; • Ainda mais gravosos para o potencial e as pro- dutividades agrícolas do Continente foram os expressivos recuos das áreas e do potencial das culturas temporárias regadas e das fruteiras e vinha em sequeiro, por serem culturas com pro- dutividades relativas muito altas (cf. quadros 2.2, 3.1 e 4.1); • Num balanço a nível mais agregado, regista-se que a evolução positiva da vinha e do olival rega- dos foi insuficiente para impedir as significativas quedas do potencial produtivo quer das culturas permanentes, quer das culturas regadas (varia- ções de -14% do potencial produtivo destes dois grupos de culturas, quadro 2.2); • No cômputo global da evolução do setor vege- tal a conclusão é idêntica à deduzida para o setor animal: forte redução do potencial do setor (-19%) e significativa diminuição do peso das áreas mais produtivas. O resultado desta convergência de processos dos dois setores de produção agrícola está espelhado no quadro 2.3, onde se consolida a informação em duas classes de produtividade relativa. A evolução global dos recursos dos módulos com maiores produtividades é muito mais gravosa do que a dos módulos com produtividades inferiores às médias setoriais. O facto das diminuições dos potenciais produtivos das duas classes de produ- tividade serem semelhantes no setor vegetal (-19% e -18%), apesar da evolução dos seus recursos ter sido muito diferente (-22% e +3%), é a resultante lógica da recomposição das actividades vege- tais integradas na classe inferior das produtivida- des, materializada no drástico reforço das pasta- gens permanentes pobres em prejuízo das culturas temporárias não regadas, cuja produtividade era, em média, equivalente a 3,6 vezes a da pasta- gens permanentes [0,64/0,18, cf. col. (1) do qua- dro 2.2]. Desta conjugação de circunstâncias resultou uma forte queda do potencial agrícola (-18,4%), sendo a evolução na classe com maiores produtividades ainda pior (-21%), devido essencialmente ao ocor- rido no setor animal onde a diminuição do poten- cial dessa classe excedeu em 20% a da classe dos módulos (e atividades) com menores produtivida- des [-27% vs. –7%, cf. col (8)]. A análise a que se procedeu da informação com- pilada nos quadros 2.1 a 2.3 ajuda a compreender os resultados apresentados no quadro 3.1 sobre os fatores explicativos da evolução do potencial agrí-

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