Cultivar_4_Tecnologia

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 4 JUNHO 2016 68 Analisando os resultados referentes às taxas de variação dos recursos [cols. (1) e (5) do quadro 5] e do potencial produtivo [cols. (4) a (6) do quadro 6] dos Macro Territórios conclui-se: (1º) Na hierarquia das variações do potencial pro- dutivo, identificam-se quatro situações: a pri- meira abarca cinco dos oito Macro Territó- rios, os três do norte e centro do Continente e, ainda, o Oeste e Lisboa-Setúbal e o Algarve, com enormes recuos do potencial produtivo, incidentes no setor animal e no setor vege- tal; segue-se a Beira Baixa e Alentejo (‘regres- sivo’) também com uma quebra acentuada de potencial (-15%), embora ligeiramente inferior à do Continente (-18%); o Douro Vitícola, um território especializado na viticultura, apre- senta uma redução muito ligeira de poten- cial (-3%); por fim, o Alentejo e Lezíria des- taca-se dos outros, dado o aumento do seu potencial; (2º) Observando as relações entre as variações dos recursos e as do potencial detetam-se outras clivagens, merecendo especial realce, por um lado, o Douro Vitícola, por ser o único onde a evolução do potencial é mais favorá- vel do que a dos recursos e, no pólo oposto, o Norte e Centro Interior e a Beira Baixa e Alen- tejo onde a trajetória do potencial produtivo se afasta muito e para pior das evoluções dos recursos animais e vegetais; logicamente, no primeiro caso houve uma recomposição pro- dutiva impulsionadora do aumento da produ- tividade e no segundo uma acentuada degra- dação das produtividades animal e vegetal em dois territórios que, à partida, já estavam num posição muito desfavorável. No contexto duma evolução global negativa, as dis- paridades das evoluções em 1999-2009 dos vários Macro Territórios explicam a grande alteração, apenas numa década, da repartição territorial do potencial produtivo agrícola. O Alentejo e Lezíria foi o único ganhador (a sua quota passa de 23% para 29% do potencial agrícola do Continente) e os grandes perdedores foram os territórios do norte e centro, quer na vertente atlântica (o peso do Norte e Centro Litoral, mercê da quebra de 27% do seu potencial, reduz-se em 2,3%), quer na do interior (o 5. Evolução dos Recursos dos Setores Animal e Vegetal do Continente, por Macro Territórios Variação % dos Recursos Setor Animal 1999-2009 Peso nos Recursos do Setor Animal Variação % dos Recursos Setor Vegetal 1999-2009 Peso nos Recursos do Setor Vegetal “em 1999 % em 2009 % Δ 2009-1999 % em 1999 % em 2009 % Δ 2009-1999 % (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) Norte e Centro Litoral -22,8% 26,2% 21,8% -4,4% -25,4% 8,6% 6,7% -2,0% Oeste e Lisboa-Setúbal -25,0% 7,3% 5,9% -1,4% -20,0% 5,6% 4,6% -1,0% Algarve -34,2% 1,5% 1,0% -0,4% -17,4% 2,6% 2,2% -0,4% Norte e Centro Inte- rior -18,4% 13,0% 11,5% -1,6% -9,2% 16,4% 15,4% -1,0% Transição Centro -34,9% 8,0% 5,6% -2,4% -28,2% 7,8% 5,8% -2,0% Douro Vitícola -28,4% 0,9% 0,7% -0,2% -8,3% 2,9% 2,8% -0,1% Beira Baixa e Alentejo 12,3% 15,7% 19,0% 3,3% 4,3% 21,5% 23,3% 1,7% Alentejo e Lezíria 16,5% 27,4% 34,4% 7,0% 9,6% 34,6% 39,2% 4,7% Continente -7,3% 100,0% 100,0% 0,0% -3,5% 100,0% 100,0% 0,0%

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