Cultivar_5_Economia da agua

CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 5 SETEMBRO 2016 26 Os efeitos das alterações climáticas que têm estado a analisar-se para a bacia do Guadiana referem- -se a um tempo recente passado. Interessa natu- ralmente, como aliás tem sido prática frequente, tentar averiguar e estimar o que a este respeito se passará num futuro próximo, para assim definir a sustentabilidade do sistema, neste caso do regadio de Alqueva. Foi o que fizeram Valverde et al . (2015 a, b) definindo 4 cenários agrícolas (CAs) e 5 climáti- cos (CCs: CC1…5) plausíveis para as próximas déca- das e combinando-os, de forma a avaliar os efeitos esperáveis e a sustentabilidade da atividade agrí- cola, sobretudo do regadio, que daí possa resultar. Cada cenário climático foi definido por combi- nação de valores ten- denciais de evolução, com certa probabili- dade, das precipitações e das temperaturas do ar. Quanto aos cená- rios agrícolas, definiram- -se fundamentalmente com base na probabi- lidade de implantação do regadio, decorrendo da implementação de Alqueva: cenário Pre- sente (de referência) é a situação inventariada no RA 2009 e atualizada a 2011, incluindo já algum regadio de Alqueva (Aldeia da Luz, Monte Novo, Infraestrutura 12), num total de 72 645 ha; cenário agrícola A (CA A) – correspondendo no tempo à rea- lização do programa Horizonte 2020, admite acres- centar às áreas de regadio do CA Presente os novos regadios de Alqueva, num total de 190 828 ha; CA B – admite que o regadio será adotado generalizada- mente em todas as áreas equipadas, acrescentando ainda 45 000 ha regáveis às áreas do cenário ante- rior e 17% de crescimento dos regadios privados, somando 281 992 ha; CA C – ao contrário do oti- mismo do cenário B, este mantém as áreas do CA A e introduz restri- ções e medidas con- servativas do solo e da água, alterando as cul- turas, na busca de sus- tentabilidade ambiental, admitindo um total de 192 545 ha. Uma primeira consta- tação importante dos cenários climáticos é que se manterão para o futuro as tendências, Figura 4 – Temperatura média do ar (ºC) expressa anualmente e tendência linear registadas entre 1963 e 2009 Figura 5 – Evapotranspiração de referência diária média (mm/dia) entre 1963 e 2009

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