Cultivar_5_Economia da agua

ALQUEVA – Impactos agrícolas, territoriais e ambientais 31 sidades agrícolas, em qual- quer dos cenários agrícolas (A, B e C) e climáticos con- siderados. Para os cenários agrícolas A e C, em qual- quer dos cenários de alte- rações climáticas considera- dos há sustentabilidade, do ponto de vista da disponibi- lidade quantitativa de água. No cenário agrícola B, no caso de acontecerem secas de longa duração, com mais de dois anos secos seguidos, as disponibilidades poderão não ser suficientes para o tipo de utiliza- ção do solo considerado. 6. Eficiência energética A descrição do sistema hidráulico de Alqueva, com a observação dos esquemas de cada um dos sub- sistemas, ajudarão a compreender a dimensão do problema energético, que pode de algum modo constituir um ponto fraco ambiental e económico do empreendimento. De facto, desde a origem na albufeira mãe toda a água que se consome no sis- tema tem de ser bombeada, a alturas geométri- cas de elevação que ultrapassam, em alguns casos muito, a centena e meia de metros. Às diferenças geométricas referidas, haverá que acrescentar não só as perdas de carga na rede, também as cargas manométricas para distribuição da água a (ele- vada) pressão nos hidrantes, que foi esta a forma de distribuição mais generalizada no esquema hidráu- lico de Alqueva. No subsistema Alqueva, toda a água para rega é bombeada para a albufeira dos Álamos, vencendo uma diferença de cotas de mais de 75 m entre os níveis de pleno armazenamento das duas albufei- ras. Contudo, esta situação pode considerar-se rela- tivamente benigna do ponto de vista energético, porque a quase totalidade dos pontos de entrega têm cotas inferiores ao npa dos Álamos. Neste caso, é possível que a opção energética mais gravosa, ou pelo menos mais discutível, tenha sido a da distribuição em (alta) pressão. No caso do subsistema Ardila, na margem esquerda, e também no caso do sub- sistema Pedrógão, os pata- mares de elevação a par- tir da albufeira de Pedrógão são especialmente suscetí- veis de colocarem problemas graves de sustentabi- lidade energética do regadio. Podem estar em causa não só os aspetos da sustentabilidade ambiental, mas também a própria sustentabilidade económica das culturas, tendo de pagar um elevado preço da água, que inclui os custos de elevação e da entrega sob pressão. 7. Problemas ambientais A sustentabilidade da agricultura, nomeadamente do regadio, depende do uso conservativo do solo, da água, da energia e dos recursos biológicos, tra- duzindo-se na viabilidade do uso destes recursos em perpetuidade, sem compromisso para as gera- ções futuras quanto a esta forma de produção e res- petiva gestão dos recursos naturais. A Figura 9 ilus- tra o ciclo de interações entre fenómenos físicos, químicos e biológicos que tem lugar no solo culti- vado, cuja resultante pode determinar a sustentabi- lidade do uso do solo e da água. Pode iniciar-se o estudo e a descrição deste ciclo pela erosão do solo. Há erosão hídrica quando sob a ação da energia cinética da água (da chuva ou da rega) as partículas do solo são destacadas e trans- portadas para outro local. Note-se: sem transporte das partículas destacadas não há erosão. Portanto, esta requer energia da água para destacar as partí- culas do solo e transportá-las no escoamento. Cha- ma-se erosividade a esta capacidade erosiva da Para os cenários agrícolas A e C, em qualquer dos cenários de alterações climáticas considerados há sustentabilidade, do ponto de vista da disponibilidade quantitativa de água. No cenário agrícola B, no caso de acontecerem secas de longa duração, com mais de dois anos secos seguidos, as disponibilidades poderão não ser suficientes para o tipo de utilização do solo considerado.

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