Cultivar_7_O risco na atividade economica

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 7 MARÇO 2017 104 rias perigosas, acidentes no transporte em infraes- truturas fixas de matérias perigosas, incêndios urbanos, incêndios nos centros históricos, colapso de túneis e pontes, rotura de barragens, acidentes com substâncias perigosas, concentrações huma- nas, emergências radiológicas e incêndios flores- tais. Esta avaliação tem em consideração, para os riscos aplicáveis, o impacto das alterações climáticas e os cenários daí decorrentes, com indicação das ten- dências para agravamento ou atenuação dos riscos. Descreve, para cada risco, o processo, metodologia, métodos e dados utilizados, estando a metodolo- gia de avaliação centrada na avaliação da susce- tibilidade e na cartografia dos elementos expos- tos, incluindo estimativa do grau de gravidade dos danos potenciais e da probabilidade de ocorrência do risco (Capítulo 4). Paralelamente, a ANR hierarquiza os riscos existen- tes no território colocando cada risco na localiza- ção correspondente ao seu grau – Extremo, Elevado, Moderado e Baixo (Capítulo 5) e, para cada um des- tes riscos, propõe sistemas práticos que concorram para realizar o objetivo de mitigação dos riscos – estratégias gerais e específicas – riscos naturais, tec- nológicos e mistos (Capítulo 6), onde se definem a área geográfica afetada pelo acidente grave ou catástrofe e as consequências expetáveis nas três componentes tidas para a definição do grau gra- vidade – população, socioeconómica e ambiente. Finalmente, apresenta outras abordagens estrutu- rais enquadradas na Estratégia Nacional para Adap- tação às Alterações Climáticas (Capítulo 7) e com- plementa ainda com a identificação de cenários, sendo definida uma hipótese de planeamento e elencadas as previsíveis consequências da mani- festação do perigo (Capítulo 8). A divulgação deste documento assenta na pre- missa de que a informação sobre os riscos a que os cidadãos estão sujeitos se afigura uma ferra- menta essencial para garantir a sensibilização da população no que concerne à autoproteção, e para promover uma melhor aplicação do princípio de precaução, assim como a adoção de medidas de diminuição do risco de acidente grave ou catás- trofe, inerente a cada atividade. 2. Análise de Riscos – Exemplos (Capítulo 4) 2.1. Risco de seca As regiões com maior suscetibilidade a secas (grau de suscetibilidade elevado) localizam-se no dis- trito de Castelo Branco, a zona Este dos distritos de Leiria e Santarém, as zonas a Sul do Tejo e o Interior Transmontano e, também, duas pequenas áreas que abrangem os distritos de Vila Real, Braga e Porto. Na caracterização da ocorrência-tipo, considerou- -se uma seca extrema de extensão generalizada a todo o território de Portugal Continental, com características semelhantes às verificadas na seca de 2004-05. Assim, classificou-se esta ocorrência- -tipo da seguinte forma: • Grau de probabilidade médio-alto – corresponde a um período de retorno entre 5 e 20 anos. • Grau de gravidade acentuado – resultante de um número reduzido de vítimas-padrão e do funcio- namento parcial da comunidade, com alguns serviços indisponíveis. • Grau de risco elevado – resultante da combina- ção dos graus de gravidade e de probabilidade da ocorrência-tipo considerada para secas, e de acordo com a matriz de risco. 2.1. Risco de incêndios florestais Em Portugal Continental, as principais regiões com maior nível de risco estrutural (perigosidade) de incêndios florestais são a região norte, centro e da serra algarvia até ao Alentejo litoral. Note-se que apenas algumas zonas do norte litoral, lezíria do

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