Cultivar_7_O risco na atividade economica

67 O seguro agrícola em Portugal – evolução, perspetivas futuras e importância do seguro num sistema de gestão de riscos as quais são as seguradoras que efetivamente se encontram mais vocacionadas. Parece-me, contudo, importante que surja no mer- cado um maior número de seguradoras a explorar o ramo agrícola, de modo a contribuírem para a modernização e crescimento deste tipo de seguro. Assim, o pilar central de um sistema de gestão de riscos para o sector agrícola deve, a meu ver, ser o seguro (com prémio bonificado), que funcione de forma integrada com outros instrumentos que venham a ser criados para sua complementaridade (na parte dos prejuízos provocados por situações cuja cobertura não esteja prevista no seguro), desig- nadamente os atrás referidos (fundos mutualistas ou fundos de contrapartida). O acesso a estes ins- trumentos de gestão de riscos deve, todavia, ficar condicionado à existência de seguro. Este requisito, a meu ver fundamental, permitirá contribuir para aumentar a universalidade do seguro, minimizando os efeitos da seleção adversa e, por consequência, tornar o seu custo mais acessível aos agricultores. Face ao atrás descrito, considero que os instrumen- tos de gestão de riscos que constituem peças funda- mentais para a estabilização dos rendimentos dos agricultores (na componente produção) são, em síntese, os que se apresentam no esquema abaixo. Apesar de, neste momento, o sistema de segu- ros não prever a existência da componente preço, julgo que, em consequência da sua grande volati- lidade (que em conjunto com a heterogeneidade da produção agrícola constituem os principais fac- tores que influenciam a flutuação do rendimento dos agricultores), seria extremamente vantajoso que, num futuro sistema integral de gestão de ris- cos para a agricultura, a componente preço viesse também a estar incorporada. Entendo que todos estes instrumentos de estabi- lização de rendimentos (seguros e fundos) irão ter uma importância crescente na abordagem dos novos desafios que os agricultores irão enfrentar, até porque é previsível, num futuro próximo, que os apoios diretos atribuídos no âmbito da PAC (e que, nalguns casos, represen- tam uma parte muito signi- ficativa do rendimento dos agricultores), possam vir a ser reduzidos ou mesmo gradualmente eliminados. Contudo, dever-se-á sal- vaguardar que qualquer estratégia comum de ges- tão de riscos que venha a ser criada a nível comu- nitário seja equacionada de forma a garantir, na medida do possível, a ado- ção de mecanismos dife- renciados, de acordo com as características específi- cas de cada Estado-Mem- bro. RESSEGURO . PRIVADO . PÚBLICO – FUNDO COMPENSAÇÃO SINISTRALIDADE Outros seguros a criar (exº Pecuário)

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