Cultivar_7_O risco na atividade economica

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 7 MARÇO 2017 72 Da OCM vinhos à PAC As apólices da uva em Portugal têm sido possíveis com o contributo do designado “envelope nacio- nal”, que permite ao Estado-Membro identificar as linhas de investimento mais adaptadas, dentro de um cardápio listado pela EU. A possibilidade de o Estado-Membro, conhecedor da realidade em pri- meira mão, modular a política de investimentos parece-nos essencial para que se atinjam os obje- tivos da política e para que se consiga o mais efi- caz uso de recursos que são naturalmente escassos. Não nos parece que as apólices, individuais ou cole- tivas, devam ser substituídas por apólices públi- cas generalizadas, ou seja, de inscrição obrigató- ria generalizada. A existência de muitas apólices, dando também a possibilidade de muitas entida- des operarem no mercado segurador agrícola torna o sistema mais robusto, flexibiliza-o e encoraja a inovação. Da cultura do subsídio à cultura do seguro As aleatoriedades do clima não são algo de exce- cional na vida do agricultor. Pelo contrário, são algo de normal. É um fator que o agricultor não con- trola e que afeta fortemente a capacidade produ- tiva. Faz, por isso, todo o sentido que se externalize o mais possível o risco. Uma apólice coletiva com forte poder negocial e apoiada pelo Estado através do SIPAC foi capaz de mudar o habitual paradigma desgraça-pedido de subsídio. Parece-nos claro que, numa visão de ter um sec- tor agrícola competitivo, gerador de riqueza e pos- tos de trabalho e capaz de responder ao desafio estratégico de alimentar o País, Portugal deve muito claramente identificar os seguros de colheita como uma ferramenta estratégica.

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