CULTIVAR 9 - Gastronomia
Gastronomia portuguesa: heranças antigas, dinâmicas modernas 21 grande desafio será o de inventar uma nova ética, assente na partilha de responsabilidades, na equi- dade dos recursos alimentares, dos bens de produ- ção. Nesta lógica, é já consensual o papel primor- dial da educação, para a tomada de consciência da problemática alimentar, bem como dos proble- mas ambientais, globais e locais, com vista à res- ponsabilização individual, face ao consumo alimen- tar, e a uma mudança de atitudes. Não é uma figura de retórica, é uma urgência que nos bate à porta. Temos um papel a desempenhar na mobilização de todos os setores da sociedade nesse sentido. Quando se tem o privilégio de herdar um património gastronómico e alimentar tão singular, é-se igual- mente responsável por perceber quanto esses ali- mentos exprimem e mobilizam aspetos tangíveis, como os que acabámos de referir, e igualmente intangíveis – saberes transmitidos oralmente, etc. – que precisamos de manter vivos e aos quais temos de dar continuidade. Bibliografia CONTRERAS, Jesús, RIERA, Antoni e MEDINA, F. Xavier (dir.) (2005), Sabores del Mediterráneo – Aportaciones para pro- mover un patrimonio alimentario común , Barcelona, Ins- titut Europeu de la Mediterránea. CONTRERAS, J. (2007), “El patrimonio alimentario en el área mediterránea”, in Jordi TRESSERAS e F. Xavier MEDINA (eds.), Patrimonio gastronómico y turismo cultural en el Mediterráneo , Colección IBERTUR – Turismo Cultural, 1, Barcelona, Universitat de Barcelona/Institut Europeu de la Mediterània, pp. 17-37. DESURVIRE, Daniel (1996), “Une naissance attendue dans le monde de l’art et du tourisme: la Fondation du patri- moine”, in Espaces – Revue Technique du Tourisme et des Loisirs , n.º 142, Novembre-Décembre, Paris, S.A.R.L.ETE, pp. 57-61. DOCUMENTO LEGISLATIVO (2000), Gastronomia como Património Cultural Nacional , Resolução do Conselho de Ministros n.º 96/2000, de 26 de Julho, Lisboa, Portugal. FIRMINO DA COSTA, António; MAURITTI, R.; MARTINS, S.; MACHADO, F. L.; FERREIRA DE ALMEIDA, J. (2000), “Clas- ses Sociais na Europa”, Sociologia, Problemas e Práticas , n.º 34, Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES), Oeiras, Celta Editora. GASPAR, Jorge (1993), As Regiões Portuguesas, Lisboa, Ed. Direcção-Geral do Desenvolvimento Regional. HERVIEU, B., VIARD, J. (2000), Au Bonheur des Campagnes. La Tour d’Aigues (França), Éditions de l’Aube. JOAQUIM, Graça (1997), “Da identidade à sustentabilidade ou a emergência do «turismo responsável»”, in Sociolo- gia, Problemas e Práticas , n.º 23, Lisboa, CIES, pp. 71-100. JOAQUIM, G. e MOREIRA, R. (2006), “Itinerários turísticos. Pas- seando em torno do ambiente, do património e da gas- tronomia” in VALAGÃO (Org.), Tradição e Inovação Ali- mentar. Dos recursos silvestres aos itinerários turísticos , Lisboa, Ed. Colibri/INIAP. PAILLOTIN, Guy; ROUSSET, Dominique (1999), “Tais-toi et mange!”. L’agriculteur, le scientifique et le consommateur , Paris, Ed. Bayard. PESSOA, F. (2001), Reflexões sobre Ecomuseologia, Porto, Edi- ções Afrontamento. PITTE, Jean-Robert (2005), “Las transformaciones de la agri- cultura, del paisaje y de la alimentación del mediterrá- neo: del renacimiento a la actualidad”, in CONTRERAS, Jesús, RIERA, Antoni e MEDINA, F. Xavier (dir.), (2005), Sabores del Mediterráneo – Aportaciones para promo- ver un patrimonio alimentario común , Barcelona, Institut Europeu de la Mediterrània. SANTAMARIA, Santi (2008), La cocina al desnudo. Una visión renovadora del mundo de la gastronomia , Madrid, Edicio- nes Temas de Hoy, S.A. RIBEIRO, Orlando (1987), Portugal, o Mediterrâneo e o Atlân- tico, 5.ª edição, Lisboa, Livraria Sá da Costa. VALAGÃO, M. M. (2002), “The Reinvention of food tradi- tions and new uses of the countryside”, in MONTANARI, Armando (ed.), Food and Environment – Geographies of Taste, Roma, Home of Geography Publication Series, pp. 33-46. VALAGÃO, M. M. (org.) (2006), Tradição e Inovação Alimentar. Dos recursos silvestres aos itinerários turísticos , Lisboa, Ed. Colibri/ INIAP. VALAGÃO, M. M. (org.) (2009), Natureza, Gastronomia& Lazer. Plantas silvestres alimentares e ervas aromáticas condi- mentares , Lisboa, Ed. Colibri. VALAGÃO, M. M. (2011), “Dieta Mediterrânica, Património Ima- terial da Humanidade”, Revista da APH (Associação Portu- guesa de Horticultura ), 105: 23-27, Lisboa, APH. VALAGÃO, M. M., CÉLIO, V., GOMES, B. (2015), Algarve Medi- terrânico. Tradição, Produtos e Cozinhas, Lisboa, Ed. Tin- ta-da-China. VIEIRA, José Neiva (2007), “Árvores monumentais, matas emblemáticas e paisagens florestais características” in SANDE SILVA, J., (coord.‑ed.) / Liga para a Proteção da Natureza, Floresta Portuguesa – Imagem de tempos idos, Lisboa, Público, Comunicação Social, S.A./Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, pp. 151-174.
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