Na sessão do Conselho de Ministros da Agricultura e Pescas da UE de 14 e 15 de outubro, foi debatido o relatório intercalar elaborado pela Presidência finlandesa sobre os trabalhos realizados nas instâncias preparatórias do Conselho acerca das propostas da Comissão relativas à reforma da política agrícola comum (PAC) pós-2020.
Os ministros centraram-se em especial nos elementos que consideraram cruciais no pacote de reformas e identificaram os principais elementos que requerem um debate mais aprofundado, nomeadamente o novo modelo de aplicação e a "arquitetura verde".
O Conselho tomou também conhecimento de uma declaração conjunta de 17 Estados-Membros (EM), entre quais Portugal, sobre o orçamento da PAC, a qual defende que nenhum dos três regulamentos poderá ser considerado estabilizado antes da definição do Quadro financeiro Plurianual (QFP).
Portugal reafirmou o objetivo partilhado de manutenção do orçamento da PAC, a preços correntes, constante na Declaração conjunta que subscreveu e considerou que as alterações às propostas regulamentares têm evoluído favoravelmente e identificou as matérias mais sensíveis:
- Ambição ambiental e climática – deve ser avaliada de forma global, tendo em conta todos os instrumentos da arquitetura verde, devendo ser alcançada mais pela via dos incentivos do que pela via das sanções.
- Manutenção da obrigatoriedade de implementação dos Eco - regimes
- Defesa do status quo no que se refere à isenção das sanções aos agricultores que aderem ao regime dos pequenos agricultores
- Maior flexibilidade e simplificação na atribuição aos apoios ao restabelecimento do potencial produtivo, com especial incidência nas pequenas explorações
- Modelo de prestação da PAC - indicadores de resultado
- Intervenções sectoriais - exigências nos programas operacionais das frutas e hortícolas
No âmbito da situação de mercado, os ministros acolheram positivamente as perspetivas económicas geralmente positivas nos principais segmentos, mas manifestaram igualmente a sua preocupação com a difícil situação que se vive nos setores do açúcar, do azeite e da azeitona de mesa, da carne de bovino e do arroz.
Ao nível da silvicultura, o Conselho procedeu a uma troca de pontos de vista sobre a comunicação da Comissão intitulada "A intensificação da ação da UE para proteger as florestas a nível mundial", com especial destaque para os elementos que considera prioridades de ação. Os ministros tiveram também a oportunidade para trocar ideias sobre a futura estratégia da UE para as florestas no período pós-2020 e tomaram conhecimento de uma declaração conjunta de alguns Estados-Membros sobre a silvicultura sustentável.
No sector das Pescas, o Conselho chegou a acordo sobre os totais admissíveis de capturas (TAC) para 2020 e as quotas dos EM para as dez unidades populacionais do mar Báltico mais importantes do ponto de vista comercial.