Newsletter n.º 37

29 novembro 2019

Conselho de Ministros de Agricultura e Pescas | 18 novembro de 2019

Na sessão do Conselho de Ministros da Agricultura e Pescas da UE de 18 de novembro, foi debatido o documento da Presidência referente à ambição ambiental e a flexibilidade da PAC pós-2020.

O documento apresenta os resultados alcançados até agora pelas instâncias preparatórias do Conselho para melhorar a ambição ambiental e climática da PAC e apresenta sugestões para trabalhos futuros. A Presidência sugere manter uma elevada ambição ambiental e introduzir uma percentagem comum ou um valor fixo cobrindo todo o Plano Estratégico da PAC (pilares 1 e 2), a ser dedicado aos objetivos ambientais e relacionados com o clima.

Portugal acolheu favoravelmente a proposta apresentada pela presidência, condicionada contudo, à manutenção dos ecos regimes obrigatórios.

Esta abordagem constitui uma alternativa à proposta inicial da Comissão de que 30% do orçamento do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) seja destinado a objetivos ambientais e climáticos. A percentagem comum ou o valor fixo seria fixado posteriormente, após a decisão do QFP, sendo a sua meta cumprida apenas por certos tipos de intervenções.

No âmbito do apoio à irrigação, num contexto de crescente exigência imposta pelas alterações climáticas, Portugal opõe-se à redução do apoio ao investimento às infraestruturas coletivas de regadio, que visam assegurar a melhoria da eficiência da utilização do recurso água.

A Comissão apresentou ao Conselho as suas propostas para o regime transitório da PAC que foram adotadas em 31 de outubro de 2019. A primeira proposta diz respeito à disciplina financeira a partir do exercício de 2021, bem como à flexibilidade entre os pilares em relação ao ano de 2020 e, para esse efeito, altera os regulamentos de pagamentos horizontais e diretos. A segunda estabelece disposições transitórias para o ano de 2021 e altera os quatro atos básicos da PAC 2014-2020 (pagamentos diretos, organização comum de mercado, desenvolvimento rural e regulamentos horizontais), bem como os regulamentos sobre medidas específicas para a agricultura nas regiões ultraperiféricas e ilhas menores do mar Egeu.

Relativamente a estas propostas, Portugal solicitou esclarecimentos adicionais sobre a forma como a Comissão pretende avaliar o período de extensão dos programas de desenvolvimento rural, e sobre a possibilidade dos programas operacionais poderem continuar até ao seu termo sem serem alvo de alterações.

Os ministros foram ainda informados sobre o recente acordo entre a UE e a China relativa à proteção das indicações geográficas e sobre a situação difícil no setor da apicultura da UE, em que foi defendida a introdução de medidas específicas para o setor do mel, nomeadamente através de programas de promoção e da defesa do estabelecimento de um regime de rotulagem de origem.


 

Dossiers
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Direitos adicionais pelos EUA a produtos agrícolas e agroalimentares exportados pela UE
A UE e os EUA têm vindo a reivindicar junto da Organização Mundial do Comércio (OMC), há mais de uma década, ajudas ilegais mútuas a grandes companhias do sector aéreo, no caso a Boeing e a Airbus. Ambos os casos foram sujeitos a arbitragem na OMC, sendo que no caso Airbus, em que os EUA se queixam da UE, já houve decisão final, a favor dos EUA.

A lista preliminar de produtos sobre os quais os EUA aplicam agravamento de direitos à importação, publicada a 2 de outubro pelo Representante de Comércio dos EUA (USTR), revela que o setor agrícola da UE é o alvo da maior parte das sanções tarifárias (6,84 mil milhões euros; 7,497 mil milhões dólares). Os aumentos de direitos tarifários, 25% ad valorem para produtos agrícolas, são aplicados por Washington desde 18 de outubro a um conjunto de produtos provenientes dos EM da UE, com particular destaque às importações provenientes de França, Alemanha, Espanha e Reino Unido.    

Em Portugal, a aplicação do referido direito adicional poderá ter impacto nas exportações de queijo para os EUA. O mercado dos EUA já representa 12% das exportações totais de queijos nacionais. Os queijos dos Açores correspondem a 65% desta quota, ou seja a 8% das exportações totais de queijos de Portugal.

O impacto e preocupações associadas à implementação de direitos adicionais pelos EUA sobre certos produtos agroalimentares europeus foram debatidos no Conselho de Ministros da Agricultura de outubro, no entanto ainda não foram adotadas medidas específicas.

Neste contexto, Portugal assinalou a importância de uma atuação centralizada a nível da UE, para minorar os impactos negativos provocados por medidas que surgem fora do setor agrícola e pelas quais este setor não deve ser penalizado. A promoção do queijo em países terceiros afigura-se um instrumento de apoio que a Comissão Europeia pode colocar em aplicação para abrir novos mercados e compensar a falta de atratividade do mercado dos EUA.
 
Acordo Indicações Geográficas (IGs) UE-China

Foram concluídas as negociações do acordo UE-China relativo à proteção de indicações geográficas, tendo sido rubricado a 6 de novembro pelo Comissário para a Agricultura e pelo Ministro do Comércio da China, na presença dos Presidentes da China e da França e representantes dos EM. A Comissão Europeia considera este acordo satisfatório na melhoria da cooperação, permitindo mais facilmente avançar em 2020, para um acordo comercial UE/China.

As negociações sobre um acordo bilateral de cooperação para a proteção mútua de indicações geográficas (IGs) foram iniciadas em 2010 pela UE e China, tendo a UE indicado duas listas restritas de IGs com pedidos de proteção, uma para publicação imediatamente após a entrada em vigor do acordo e a outra, 4 anos após a sua entrada em vigor.
A 1ª lista da UE com pedidos de proteção imediata inclui 6 IGs portuguesas: Vinho do Alentejo, Vinho do Dão, Vinho do Douro, Vinho do Porto, Vinho Verde e Pera Rocha do Oeste.
A 2ª lista da UE com pedidos de proteção inclui 7 IGs portuguesas: Vinho da Madeira, Vinho da Bairrada, Azeite de Moura, Azeite do Alentejo Interior, Azeite de Trás-os-Montes, Presunto de Barrancos/Paleta de Barrancos e o Queijo S.Jorge.  
 
Sessão de debate sobre o ENSINO AGRÍCOLA | 6 dezembro

O Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral vai organizar uma sessão de debate sobre o tema do Ensino Agrícola, a realizar nas instalações do ISA a 6 de dezembro, pelas 14h00.

Com esta sessão, tendo por base a publicação CULTIVAR, edição nº 17, pretende-se efetuar uma reflexão sobre a atual abordagem da agricultura em todos os níveis de ensino, desde o básico ao universitário, considerando a importância do debate do papel da capacitação técnica e académica nas áreas da agricultura, alimentação e florestas. 
A sessão de debate, organizada pelo GPP, contará com uma mesa redonda para discussão sobre a temática, seguindo-se um espaço de debate participativo - Programa 

Necessária confirmação de presença através do seguinte formulário online (inscrições limitadas à capacidade da sala)

A Edição n.º 17 da CULTIVAR encontra-se publicada em formato digital, para download, no website do GPP (www.gpp.pt) | Publicações CULTIVAR

 

Intervenção do GPP sobre o próximo quadro de programação da PAC pós-2020

O GPP participou no XIII Congresso da Agricultura dos Açores, tendo o Diretor-Geral do GPP, Eng.º Eduardo Diniz, efetuado no dia 21 de novembro uma intervenção sobre o próximo quadro de programação da PAC pós-2020, tendo a temática sido debatida numa mesa redonda com peritos.

Evento promovido pela Federação Agrícola dos Açores, teve por objetivo promover o debate respeitante aos desafios que a agricultura enfrenta atualmente, bem como as implicações da Política Agrícola Comum pós-2020 na atividade agrícola e pecuária dos Açores.

Ver apresentação do GPP

Publicações
 

Study of the best ways for producer organisations to be formed, carry out their activities and be supported
 

A Comissão Europeia, no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC), divulgou o “Estudo sobre as melhores formas de criação e apoio às organizações no desenvolvimento das suas atividades e obtenção de benefícios económicos”.

A Política Agrícola Comum (PAC) promove ativamente a criação de organizações entre os produtores agrícolas e considera a ação coletiva uma importante ferramenta de autoajuda e fortalecimento das posições dos agricultores na cadeia de abastecimento de alimentos.

European Commission, outubro 2019


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Evaluation of the impact of the CAP on generational renewal, local development and jobs in rural areas - Final report - Study

O fortalecimento do tecido socioeconômico das áreas rurais é um objetivo essencial da PAC, incluindo a renovação geracional tendo a Comissão Europeia avaliado o impacto da PAC neste âmbito, assim como no desenvolvimento local e no emprego. Concluiu que as medidas de renovação geracional da PAC têm um impacto positivo nos números de jovens agricultores, no desempenho dos negócios e no emprego local, variando de muito pequeno a significativo, de acordo com o contexto local. O estudo recomenda uma abordagem mais holística, flexível e estratégica da renovação geracional na nova PAC, além do aumento da ênfase dos Estados Membros em novos participantes, inovação e qualidade de vida mo meio rural.

European Commission, 11 novembro 2019

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Megatrends in the agri-food sector: global overview and possible policy response from an EU perspective


A plataforma Think Tank do Parlamento Europeu disponibilizou online este estudo que fornece uma análise das megatendências que influenciam a maneira como o mundo produz, distribui e consome alimentos e fornece uma visão da produção global necessária para sustentar as populações humanas até 2050.
O documento analisa ainda o estado das forças globais que afetam o futuro da cadeia alimentar, sugere cenários possíveis e apresenta opções de políticas e recomendações.

European Parliament, setembro 2019


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World Food and Agriculture - Statistical Pocketbook 2019

Publicação de referência rápida à chave selecionada de indicadores sobre agricultura e segurança alimentar, apresentados com os principais temas, nomeadamente as principais tendências na utilização de recursos agrícolas como terra, investimento, fertilizantes e pesticidas. Destaca também a pressão dos sistemas alimentares causados ​​pelo desenvolvimento demográfico e macroeconômico, os indicadores ODS da Fome e uma análise ao nível do Meio Ambiente.

FAO, 4 novembro 2019


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Legislação 
Diário da República / Jornal Oficial da UE
Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural | Mar | Outros
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