10/10/2020
O Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas venceu o Prémio Nobel da Paz "pelos seus esforços no combate à fome e contribuição para a paz em zonas de conflito".
O anúncio foi feito em Oslo a 9 de outubro, pela presidente do Comité Nobel Norueguês, Berit Reiss-Andersen, que justificou a distinção do PAM: "Pelos seus esforços para combater a fome, o seu contributo para melhorar as condições para a paz em áreas afetadas por conflitos e por agir como uma força motriz nos esforços para prevenir o uso da fome como uma arma de guerra e de conflito" | Ver declaração do anúncio
O Comité Nobel Norueguês espera com esta escolha, “virar os olhos do mundo para os milhões de pessoas que sofrem ou enfrentam a ameaça da fome”. “O Programa Alimentar Mundial desempenha um papel-chave na cooperação multilateral para tornar a segurança alimentar um instrumento de paz e contribuiu fortemente para a mobilização de Estados-membros das Nações Unidas no sentido de combater a fome como arma de guerra e conflito”.
A cerimónia de entrega do prémio será realizada a 10 de dezembro em Oslo, na Noruega.
O Programa Alimentar Mundial (PMA) é a principal organização humanitária que oferece assistência alimentar em situações de emergência, trabalhando com as comunidades para melhorar a nutrição e construir resiliência.
Fundado em 1961 com sede em Roma e integralmente financiado por contribuições voluntárias, o PMA é governado por um Conselho Executivo de 36 membros. Trabalha em estreita colaboração com a Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e tem parcerias com mais de 1000 ONGs nacionais e internacionais para fornecer assistência alimentar e combater as causas subjacentes da fome.
O PAM distribuiu 15 mil milhões de refeições e apoiou 97 milhões de pessoas em 88 países no ano passado. Apesar da dimensão dos números, a organização diz que representam apenas uma fração das necessidades totais, já que uma em cada nove pessoas em todo o mundo ainda não tem o suficiente para comer, tendo a situação de fome no mundo se agravado fortemente com a pandemia da Covid-19, com o número de pessoas em insegurança alimentar grave a passar de 130 milhões para 170 milhões.
A longa experiência do Programa Alimentar Mundial em contextos humanitários e de desenvolvimento posicionou bem a organização para apoiar a construção de resiliência a fim de melhorar a segurança alimentar e nutricional, ajudando as pessoas mais vulneráveis a fortalecer suas capacidades de adaptação e transformação a longo prazo. A assistência relacionada com a alimentação está no cerne da luta para quebrar o ciclo da fome e da pobreza, em coerência com o compromisso da comunidade internacional no contexto da adoção, em 2015, pela Organização das Nações Unidas, da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e designadamente do Objetivo 2 - "Erradicar a Fome", para acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável até 2030.
Mais informação: website WFP (PMA)